Como os governos podem ajudar a reduzir o uso de softwares irregulares

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Estudos mostram que infecções por malware estão intimamente ligadas ao uso do software não licenciado. No entanto, os softwares irregulares continuam a ser instalados a uma taxa alarmante no mundo inteiro. No Brasil, 46% deles não são licenciados, segundo dados do estudo Global Software Survey 2018, da BSA|Software Alliance. Apesar de ter o melhor desempenho na América Latina, o país ainda está longe dos números dos Estados Unidos, país com o menor índice de softwares irregulares, com registro de apenas 15%.

O uso de softwares não licenciados está causando enormes impactos de segurança em todo o mundo. A IDC estima que as organizações que obtêm ou instalam um pacote de software não licenciado ou compram um computador com software não licenciado têm 29% de chance de ter problemas com malware.

Os riscos são altos, por isso é importante que os governos incentivem o uso de softwares regularizados, assim como a gestão de ativos de software (SAM, na sigla em inglês), que avalia e gerencia tais ativos em redes corporativas.

Em primeiro lugar, os governos devem liderar por meio do exemplo, ainda mais por serem os maiores usuários de software no mundo. Além de implementar em suas redes apenas softwares licenciados e adotar o SAM, os governos também devem promover as práticas em empresas estatais e entre contratados e fornecedores. Ao deixar claro que o próprio governo utilizará apenas software legítimo e fará negócios apenas com contratados que façam o mesmo, ele envia uma mensagem forte e clara que pode catalisar a ação nos setores público e privado.

Eles também devem apoiar campanhas que conscientizem o público sobre os perigos da instalação e do uso de software não licenciado; devem modernizar suas leis, levando em conta que os softwares estão sendo comercializados e utilizados de maneiras diferentes de alguns anos atrás graças à tecnologia em nuvem. As legislações devem acompanhar essas mudanças para garantir que as estruturas legais forneçam meios efetivos de reparação em caso de irregularidade.

Tais medidas não apenas diminuiriam o valor comercial perdido com os softwares irregulares, mais de US$ 46 bilhões em 2017 no mundo todo, mas também possibilitaria que as empresas aproveitassem ao máximo os atuais avanços tecnológicos, gerando novos empregos e uma economia mais forte e dinâmica.

Antonio Eduardo Mendes da Silva (Pitanga), country manager da BSA no Brasil.

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