Após meses de testes e aprovações junto ao governo e demais órgãos reguladores do setor eletroeletrônico brasileiro, a americana Smart Modular Technologies, fabricante de componentes de informática, deu início a produção em escala comercial da linha de unidades de estado sólido (SSDs, na sigla em inglês) na fábrica localizada em Atibaia, no interior de São Paulo.
Segundo a empresa, os primeiros produtos chegarão ao mercado integrados aos novos modelos de ultrabooks, nova categoria de computadores pessoais, mais leves e finos, que tem características de um híbrido de notebook, tablet e netbook, cujo projeto foi desenvolvido pela fabricante de chip Intel. Neste ano, a Smart vai produzir cerca de 70 mil drives SSD, de acordo com o diretor geral da subsidiária brasileira da Smart, Rogério Nunes, para quem esse volume deve aumentar exponencialmente nos próximos anos.
Essa expectativa, segundo ele, tem por base as últimas análises de institutos de pesquisas, que projetam uma demanda de cerca de 100 mil drives SSD para este ano, número que deve passar para 300 mil unidades em 2013 e saltar para cerca de 1 milhão no ano seguinte. “Nossa capacidade de produção hoje está na faixa de 300 mil drives, portanto temos bastante folga para atender a demanda”, afirma Nunes.
A Smart teve homologados dois padrões de discos SSD: o mobile SATA (mSATA) e o SATA3 (na velocidade de 6 Mbps), os quais serão produzidos nas capacidades de 32GB, 64GB, 128GB e 256GB. Ao todo, a empresa investiu US$ 23 milhões na fábrica, dos quais US$ 8 milhões foram gastos na linha de montagem de módulos de memória DRAM e US$ 15 milhões na operação de encapsulamento de chip de memória flash SSD.
Nunes conta que a Smart, na realidade, começou a produzir discos SSD no país há mais de um ano, quando praticamente não havia demanda no mercado para esse tipo de produto no mercado brasileiro. “Somente agora, com o fenômeno dos ultrabooks estamos, de fato, tendo um aumento na procura por esse produto”, diz ele, acrescentando que os drives da empresa já estão qualificados em praticamente todos os fabricantes que atuam no país, tais como Positivo Informática, Semp Toshina, Dell, Lenovo e HP, entre outros.
O próximo passo, segundo o executivo, será a produção de chips LPD RAM e eMAC, de baixo consumo de energia, voltados para smartphones e tablets. A previsão é que a montagem da linha de produção comece a partir de julho, quando encerra do ano fiscal de 2012 da Smart, a qual deve consumir investimentos da ordem de US$ 150 milhões em dois anos. “Estamos dando a largada para novos produtos para atacar esses nichos de mercado a partir de 2013”, finaliza Nunes.