A transformação digital e a sustentabilidade são dois conceitos que têm ganhado cada vez mais destaque no mundo dos negócios. Com o crescente impacto das mudanças climáticas e a escassez de recursos naturais, empresas de todos os setores têm buscado formas de se tornarem mais sustentáveis, e a tecnologia desempenha um papel fundamental nesse processo de transformação. Segundo dados da Pesquisa Panorama ESG Brasil, realizada pela Amcham Brasil em parceria com a Humanizadas, 28% dos empresários acreditam que investir em novas tecnologias e inovações pode acelerar a agenda ESG.
É neste cenário que um novo modelo de gestão estratégica de negócios está ganhando força. Na quebra de paradigma das duas revoluções que estão transformando o mundo, e utilizando a inovação como ferramenta aceleradora da mudança, a expressão Twin Transition, ou transição gêmea, refere-se à transformação simultânea destes dois processos ou sistemas para uma nova forma de operar modelos de negócios. Nesse sentido, aborda a integração entre a tecnologia e a sustentabilidade com o objetivo de tornar ambas mais eficientes.
"As empresas que adotam o Twin Transition incentivam modelos de negócio baseados em ecossistemas, impulsionados pela sustentabilidade em toda a cadeia de valor e embarcados pela tecnologia, considerando a sustentabilidade como uma oportunidade de negócio, assim como uma resposta aos desafios sociais", comenta Reynaldo Naves, sócio e Managing Partner da Olivia Brasil.
Atualmente, são vários os países da Europa, da Ásia e da América que estão adotando a transformação gêmea em diferentes setores, resultando em impulsionamento do desenvolvimento de práticas mais sustentáveis e eficientes através da inovação tecnológica, como inteligência artificial, blockchain, impressão 3D, construção circular e robótica, entre outros. De acordo com uma pesquisa do Massachusetts Institute of Technology (MIT), as empresas que incorporarem eficientemente os avanços tecnológicos e digitais serão as mais capazes de obter rentabilidade no futuro.
A fusão das estratégias de sustentabilidade e transformação digital traz valor e benefícios reais. Estima-se que o armazenamento de dados digitais será responsável por gerar 14% das emissões globais até 2040, enquanto as soluções digitais reduzirão as emissões globais em até 20%. "Cada vez mais, a tomada de consciência sobre a sustentabilidade está estendida aos diversos setores que compõem uma empresa. E esta mudança pode causar um impacto muito relevante em um negócio aqui no Brasil, tanto a curto, quanto a longo prazo", explica Naves.
Empresas como Siemens, Unilever, Ikea, Danone e Tesla apostam fortemente nesta dupla transição: ao mesmo tempo em que inovam em matéria de implementação tecnológica, elas buscam enfrentar os desafios das mudanças climáticas. Porém, para realizar essa estratégia de transformação dupla, não é necessário ser uma empresa grande e nem tradicional. Pequenas empresas e novos empreendimentos também podem aderir a esse novo modelo sistêmico.
