Como suspeitavam especialistas em segurança, a fonte dos ataques de negação de serviço que afetaram diversos sites e aplicativos nesta sexta, 21, como Twitter, Spotify e CNN, foi uma série de dispositivos de Internet das Coisas (IoT) infectados. Em teleconferência, a empresa que controla os servidores DNS afetados, a Dyn, afirmou que não sabe ainda quem ordenou a ação, mas disse que os aparelhos usados para a negação de serviço (DDoS – ou seja, quando múltiplos dispositivos tentam acessar um mesmo local ao mesmo tempo, forçando sua derrubada) haviam sido infectados com aplicativo malicioso liberado na Web "há algumas semanas". De acordo com a rede de TV norte-americana CNBC, um porta-voz da Dyn afirmou que os dispositivos IoT utilizados no ataque eram gravadores de vídeo (DVRs), impressoras e eletrodomésticos conectados na Internet.
Houve pelo menos três ondas de ataques durante esta sexta-feira: uma pela manhã, às 9h (horário de Brasília), e os seguintes pela tarde, a partir das 14h. Vários outros sites ficaram com acesso intermitente na Costa Leste dos Estados Unidos, incluindo servidores da Amazon (que hospedam serviços como Netflix). O Departamento de Segurança Nacional dos EUA disse estar investigando "causas potenciais", mas o canal NBC News já teria descartado uma ação financiada pela Coreia do Norte.
Os ataques colocam em discussão novamente a segurança de dispositivos da Internet das Coisas. Por muitas vezes um item com menor importância nos debates, a exploração de brechas na IoT tem potencial de grandes ataques de DDoS como o efetuado nesta sexta-feira. Além de lâmpadas inteligentes, DVRs e impressoras, câmaras de monitoramento e até mesmo roteadores podem ser infectados por malwares para formar uma "botnet", ou rede de dispositivos "zumbis" usadas para os ataques.