A Sony deve registrar prejuízo pela terceira vez em um trimestre no ano, o que colocará mais pressão sobre o presidente-executivo, Kazuo Hirai, para que promova uma reviravolta na companhia. A gigante japonesa de eletrônicos e entretenimento admitiu que deve reportar uma perda líquida 130 bilhões de ienes (o equivalente a US$ 1,3 bilhão) no ano fiscal de 2013, encerrado em março passado. No início do ano, a Sony estimava um lucro líquido de 50 bilhões de ienes (US$ 500 milhões) no fechamento do balanço do exercício fiscal, que será divulgado em 14 de maio.
As vendas da linha de computadores pessoais Vaio caíram depois que a fabricante anunciou, em fevereiro passado, que resolveu vender a unidade ao fundo de investimentos Japan Industrial Partners (JIP), o que acarretará na demissão de 5 mil empregados — 3,5 mil somente no exterior — até março de 2015, forçando-a assumir o excesso de estoque, calculado em 30 bilhões ienes (US$ 290 milhões), segundo o New York Times.
As vendas de DVDs também retraíram mais rápido do que o previsto, o que deve levar a Sony a repensar o negócio de fabricação de discos, além de ter de assumir um prejuízo inesperado de 25 bilhões de ienes (US$ 240 milhões).
As perdas crescentes aumentam os problemas para o CEO, especialmente depois que ele rejeitou uma proposta no ano passado para desmembrar parte da unidade de entretenimento da Sony. A proposta, feita pelo investidor ativista Daniel Loeb S., poderia proteger as divisões de cinema, música e televisão da Sony, devido as grandes perdas de seu braço de eletrônicos de consumo. As unidades de entretenimento da empresa, juntamente com suas empresas de jogos e finanças, foram destaques do balanço.
Para reforçar seu caixa, a Sony vendeu ativos valiosos, incluindo sua sede americana em Nova York, por US$ 1,1 bilhão, e dois edifícios em Tóquio por US$ 1,2 bilhão.
Apesar do corte nos postos de trabalho, que devem reduzir os custos fixos da Sony em 100 bilhões de ienes (980 milhões) no próximo ano, analistas dizem que as medidas devem ser imperceptíveis, a menos que ela reestruture mais agressivamente sua divisão de eletrônicos, principalmente a divisão de televisores Bravia, que perdeu muito dinheiro em uma década, e muitos analistas se perguntam por que ela ainda fabrica esse modelo de aparelho de TV.
Para esses analistas, a Sony mostrou que pode ter produtos de ponta e rentáveis. O console de jogos PlayStation 4, por exemplo, já vendeu 7 milhões de unidades desde seu lançamento em novembro do ano passado, superando facilmente os rivais da Microsoft e da Nintendo.