A Qualcomm anunciou nesta segunda-feira, 9, que chegou a um acordo com a Comissão de Reforma e Desenvolvimento Nacional da China (CNDR, na sigla em inglês) para pôr fim a uma investigação governamental que já durava 14 meses sobre práticas anticompetitivas. Como parte do acordo empresa concordou em pagar uma multa de US$ 975 milhões, a maior na história corporativa do país.
Além disso, a Qualcomm se comprometeu a implementar um plano de retificação que modifica algumas de suas práticas de negócios na China e também concordou em reduzir para 5% sua taxa de royalties sobre patentes de dispositivos 3G e 4G usadas na China, disse a fabricante de chips americana em comunicado.
Conforme o texto do acordo, a Qualcomm vai licenciar suas patentes "essenciais" separadamente de outras patentes, e negociar licenças cruzadas em condições razoáveis. Ela também não poderá "condicionar a venda de chips baseband [usados em dispositivos móveis para fazer a conexão entre o software do aparelho e a infraestrutura de telefonia celular] a assinatura de um contrato de licença". No entanto, a Qualcomm não será obrigada a vender chips para um não licenciado.
A empresa também se comprometeu a criar um fundo de investimento específico na China, com capital de US$ 150 milhões, para promover o desenvolvimento de tecnologias móveis e de semicondutores.
Como resultado do pagamento da multa, a Qualcomm disse esperar agora lucro entre US$ 3,56 e US$ 3,76 por ação para o ano fiscal de 2015, contra sua previsão anterior de ganho de US$ 4,04 a US$ 4,34 por ação. Contudo, a empresa elevou a previsão de receitas para o ano fiscal de 2014, para de US$ 26,3 bilhões a US$ 28 bilhões, ante a última projeção de US$ 26 bilhões a US$ 28 bilhões.
Os investidores receberam bem a notícia do fim da investigação. As ações da Qualcomm subiram 1,6%, para US$ 68,18 no after-hours trading da Nasdaq, negociação após o fechamento da bolsa.