Mesmo tendo fechado mais de mil lojas com baixo desempenho nos Estados Unidos e de renegociar as dívidas em atraso, a varejista americana de eletrônicos RadioShack corre risco de abrir falência, depois de registrar mais um trimestre de queda nas vendas e prejuízo. Para tentar evitar isso, a empresa agora está trabalhando com os credores e instituições financeiras para obter mais capital.
Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, 11, a empresa diz que está em negociações avançadas para tentar reestruturar sua dívida, bem como elaborado um plano para fundir algumas lojas, além de outras medidas para reduzir custos. O anúncio surge logo após a Bloomberg News ter notíciado que a RadioShack está em conversações com os bancos Standard General LP e UBS AG para obtenção de um empréstimo. Outra possibilidade é a venda da empresa. Mas a RadioShack diz no comunicado que, se seus esforços de reestruturação falharem, pode ser obrigada a declarar falência.
O CEO da RadioShack, Joe Magnacca, disse que a empresa vem trabalhando também para renovar suas lojas e mercadorias para tentar competir com a Amazon.com e o Walmart. Ainda assim, a comparação das vendas por loja, considerado um indicador-chave de desempenho, caiu cerca de 20% no último trimestre. A empresa, de 93 anos, que dominou a venda de gadgets e eletrônicos nos anos 1990, registrou apenas um trimestre de vendas positivas nos últimos três anos.
A RadioShack registrou um prejuízo líquido de US$ 137,4 milhões no segundo trimestre, ante uma perda de US$ 52,2 milhões contabilizada há um ano. A receita caiu 22%, para US$ 673,8 milhões, puxada pela queda nas vendas de telefones celulares. Ela informou, durante a conferência de divulgação do balanço trimestral, que tem liquidez de US$ 182,5 milhões, incluindo US$ 30,5 milhões em dinheiro.