A Justiça americana está investigando funcionários do site de leilões eBay por suposto roubo de informações confidenciais do site de classificados Craigslist, de acordo com o The Wall Street Journal. Os dados seriam utilizados para criação de um serviço rival, segundo consta de intimação emitida na semana passada pelo Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos.
Investigadores estão buscando provas, incluindo e-mails e anotações de reuniões, contra funcionários do eBay que tiveram contato com informações confidenciais “pertencentes ao Craigslist, sob falso pretexto e repassando-as para terceiros”, diz a ação protocolada na Corte Distrital de San Jose, na Califórnia. A ação menciona, inclusive, o nome do fundador e presidente do eBay, Pierre Omidyar, que, enquanto pertencia aos quadros da Craigslist, teria “se envolvido em atividades que violam diretamente seus deveres fiduciários”.
Procurado pelo jornal americano, o eBay não respondeu às solicitações de entrevista. Dentre os documentos, a ação menciona também uma série de arquivos datados de 2004 quando o executivo do eBay, Garrett Price, teria solicitado métricas operacionais confidenciais e, depois, as direcionado para “um funcionário da empresa que estava desenvolvendo uma plataforma concorrente de classificados”.
O eBay emitiu nota na qual afirma que “irá cooperar com qualquer investigação relacionada ao caso. Mesmo assim, o comunicado informa que a empresa acredita que as alegações contra ela “não têm mérito”. Os porta-vozes do Craigslist e da Justiça americana se recusaram a comentar o caso.
O eBay comprou uma parte das ações do Craigslist em 2004, por US$ 32 milhões, por meio de uma oferta hostil. Com isso, passou a ter direito a um assento no conselho de administração da empresa de serviços de classificados on-line. As duas empresas já se enfrentaram nos tribunais americanos em 2008, em razão de uma suposta "fraude" praticada pelo Craiglist para diluir a participação do eBay na companhia. Executivos do Craigslist, à época, afirmam que a medida foi tomada como forma de se proteger contra uma possível oferta hostil maior do site de leilões.
