Siemens e Nokia anunciaram nesta segunda-feira, 19, a formação de uma joint venture que abrigará as áreas de redes e equipamentos de telecomunicações das duas empresas.
A nova companhia se chamará Nokia Siemens Networks com 50% de capital para cada lado. A receita inicial é estimada em 15,8 bilhões de euros com base no faturamento das respectivas áreas em 2005, sendo que 6,6 bilhões são provenientes da Nokia e 9,2 bilhões da Siemens.
Com a fusão, a expectativa é que Siemens e Nokia economizem cerca 1,5 bilhão de euros anualmente até 2010.
Aluizio Byrro, vice-presidente da Siemens Com (divisão de telecomunicações da empresa), explica que a área de enterprise, assim como a divisão de handsets da Nokia, não entraram no negócio.
?Nossa participação nessa joint venture será apenas da área de redes, fixas e móveis?, diz o executivo. No entanto, a área de enterprise da companhia já está sendo negociada, conforme afirmou o presidente-executivo, Klaus Kleinfeld, durante entrevista coletiva, também nesta segunda, na Alemanha.
?Estamos em sérias negociações com alguns parceiros?, afirmou. Ele não revelou quais são eles, mas disse que a Siemens não tem intenção de manter participação significativa no negócio.
A Nokia Siemens ocupará o terceiro lugar no ranking de participação de mercado com 16%, atrás da líder Ericsson que tem 17% e da Alcatel/Lucent com 16,95%.
?Seremos a terceira maior; uma empresa mais forte e mais focada. Há uma erosão de preços fortíssima, os competidores estão fortíssimos, por isso é necessário que empresas complementares se aliem?, afirma Byrro.
Demissões
A Siemens Com não está sendo fundida em sua totalidade com a Nokia, o que, entretanto, não impediu a extinção do cargo de Byrro.
?A nova empresa precisará de diretores aqui no Brasil, isso (a possibilidade de perder o emprego) não me preocupa, pois tenho 35 anos de casa e, na minha opinião, tenho desenvolvido um excelente trabalho?, respondeu categoricamente.
A redução de custos virá da eliminação de funções sobrepostas, da melhor utilização da força de vendas e marketing conjuntos, redução dos custos indiretos e mais eficiência em pesquisa e desenvolvimento.
Inicialmente a operação contará com 60 mil empregados, mas nos próximos quatro anos haverá um corte de 10% a 15%. Byrro não quis comentar sobre cortes no Brasil. Disse apenas que é muito cedo para qualquer estimativa.
A Nokia Siemens Networks terá sua matriz operacional em Helsinki, Finlândia, e uma matriz regional em Munique, na Alemanha, onde três das futuras cinco divisões da nova empresa estarão localizadas.
A Siemens e a Nokia tocarão os negócios normalmente até 31 de dezembro. A partir de 1º de janeiro de 2007, começa a funcionar a nova companhia, se não houver nenhum atraso de caráter regulatório.