A Verizon Communications talvez tenha que rever sua estratégia se realmente quiser adquirir os ativos de internet do Yahoo, que inclui áreas de tecnologia de publicidade, ferramenta de buscas e a área de conteúdo. Desde o mês passado, quando Yahoo admitiu que pelo menos 500 milhões de contas foram invadidas por hackers em 2014, a operadora norte-americana vem pressionando a empresa para que dê um desconto de US$ 1 bilhão no acordo de compra de US$ 4,8 bilhões firmado em junho passado.
A Verizon alega que a violação pode ter sido grave o suficiente para dar margem a uma revisão da cláusula do contrato de venda que permita que a operadora tenha condições de impulsionar o negócio. Mas o board do Yahoo está resistindo duramente a quaisquer tentativas de negociar uma redução no preço da empresa.
E a resistência deve aumentar a partir de agora, após a divulgação dos resultados financeiros do Yahoo no terceiro trimestre, que superaram todas expectativas de Wall Street.
A empresa informou na terça-feira, 18, um crescimento de 115% no lucro líquido, para US$ 163 milhões, e de 6,5% da receita, para US$ 1,3 bilhão, puxada principalmente pelo aumento do tráfego móvel. Embora se comparada com o crescimento registrado no ano passado, na comparação com o ano anterior, a receita tenha caído 15%, o Yahoo obteve um pequeno crescimento do tráfego desde a divulgação em 22 de setembro de que as contas tinham sido invadidas.
Entretanto, em um comunicado sobre os resultados financeiros do terceiro trimestre da companhia, a CEO do Yahoo, Marissa Mayer, cita o negócio pendente com a Verizon, ressaltando a confiança de que o negócio será concretizado. "Neste trimestre, lançamos vários novos produtos e mostramos sólido desempenho financeiro em toda a linha. Além de nossos esforços contínuos para fortalecer nosso negócio, estamos ocupados com a preparação da integração com a Verizon. Continuamos muito confiantes, não só no valor do nosso negócio, mas também no valor que os produtos do Yahoo para os nossos usuários."
Apesar de ter ressaltado que a empresa "tomou todas as medidas para proteger nossos usuários e a segurança das informações", em referencia à violação dos dados, o fato de não ter realizado sua teleconferência habitual com investidores para discutir os resultados deixou muitas perguntas sem resposta, em particular, sobre a conclusão da venda para a Verizon e justamente as investigações sobre a violação de dados. Com agências de notícias internacionais.