A queda nas receitas com voz e o surgimento de novas tecnologias, como a voz sobre IP (VoIP) indicam um caladão para o setor de telefonia fixa. A afirmação foi feita nesta quarta-feira, 26, pelo diretor de novos negócios e estratégia corporativa da Telemar, André Bianchi, durante painel que debateu o futuro das telecomunicações no Brasil, realizado neste segundo dia de Futurecom. Para ele, a situação não é culpa dos reguladores ou das operadoras, mas falta senso de urgência. ?Não vamos nos mexer para mudar se não percebermos que o futuro é negro?, adverte. ?Não é que as operadoras fiquem chorando, mas com o (possível) caladão, vão levar a tiracolo todo mundo desse painel?, acrescenta Bianchi fazendo menção aos fornecedores e empresas do setor como um todo.
Turbulência
Perguntado sobre a visão da Anatel sobre VoIP e convergência, o superintendente de serviços públicos da agência, Marcos Bafutto, voltou a afirmar que tudo isso faz parte do que o órgão regulador acompanha dioturnamente. "Vamos ter de fazer a transição do modelo criando ferramentas regulatórias para estimular o setor", pondera.
Diversificação
Para o diretor de relações institucionais da Nortel, Newton Scartezini, o setor precisa de fontes diversificadas de receitas. ?Pelo que se comenta, parece que a internet é um parasita que vai matar o seu hospedeiro, mas talvez a própria internet nos mostre o caminho para o futuro?, diz. Segundo ele, a exemplo da internet, a tendência é para convergência das redes em multisserviços e para uma licença única, assim como vem sendo definido em alguns países da Europa.