A Americanet anuncia a criação de empresa para construir uma rede neutra subterrânea de 6.000 km no estado de São Paulo, para atender o mercado B2B e B2C. A Siena Brasil nasce com o objetivo de entregar uma internet de fibra óptica com excelente qualidade e alta performance, acima dos padrões existentes no mercado. Expectativa é construir 1.000 km de rede subterrânea por ano, nos próximos seis anos, na capital e no estado de São Paulo.
De acordo com Lincoln Oliveira, presidente da Americanet, a iniciativa foi pensada como uma alternativa para resolver os problemas relacionados aos cabeamentos aéreos que têm desafiado o mercado nos últimos anos, no que se refere à lei de compartilhamento de uso de postes em várias cidades do país.
As regras de uso ainda estão sendo discutidas pela Anatel e Aneel, mas na visão de Oliveira a rede neutra subterrânea, apesar de não ser a alternativa econômica mais barata, é a melhor saída para resolver os problemas de falta de espaço nos postes e manutenção da infraestrutura das redes aéreas: "Decidimos criar uma rede neutra para que não só a Americanet, mas outras operadoras possam utilizá-la para se conectar com seus clientes. Nossa proposta é atender as mais diversas empresas de telecomunicações, das operadoras aos provedores regionais, ajudando a expandir a oferta de banda larga de altíssima velocidade em toda a capital paulista", explica o executivo.
Com investimento de aproximadamente R$ 1 bilhão, a rede contará com quatro dutos, sendo um deles para uso da Americanet e os demais disponíveis para outras operadoras do mercado que tenham interesse, além de possibilitar a comercialização de dark fiber (fibra apagada) ou capacidade por meio da nova rede. Nesse sentido, a Siena Brasil, que atualmente está sob o guarda-chuva Americanet, está em busca de investidores que se tornarão sócios da nova empresa. "Com a entrada de novos parceiros, esperamos antecipar a entrega dos 6.000 km em até três anos", comenta Oliveira.
Uma parte da rede, que começou a ser construída e implementada no segundo semestre de 2022, já está disponível para atender algumas regiões da capital paulista: Berrini, Pinheiros, Vila Olímpia, Liberdade e Jardins. A expansão da rede será gradual, visando a entrega de cerca de mil quilômetros por ano, a fim de alcançar outras regiões e municípios de São Paulo, nos próximos seis anos.
Inovação e sustentabilidade
Uma das preocupações da empresa na viabilidade do projeto foi entrar em conformidade com a agenda ESG, especialmente no que diz respeito às boas práticas ao meio ambiente. Segundo o presidente da Americanet, tudo foi minunciosamente planejado visando garantir a sustentabilidade e inovação do projeto.
Oliveira explica que as tampas da rede de dutos subterrâneos, por exemplo, que tradicionalmente são produzidas em ferro, atraindo a ação de bandidos e vândalos que subtraem as peças e as comercializam no mercado "paralelo", serão fabricadas com plástico reciclável, reduzindo os impactos ao meio ambiente, além de diminuir os custos com a manutenção e reposição de peças.
Outro destaque do projeto é o seu alto nível de inovação, agregando tecnologia de ponta no controle e gestão da operação e manutenção da rede. Todo o monitoramento será feito por meio de tecnologia IoT (Internet das Coisas), que além de priorizar a segurança dos ativos contra agentes externos, também irá otimizar o processo de manutenção das equipes em campo.
"Além da construção da rede subterrânea, a Siena também será responsável pela manutenção da rede. Uma central de comando e controle irá sinalizar qualquer indício de falha no sistema para reparos ou reposição de peças, otimizando o trabalho das equipes. Sensores instalados em pontos estratégicos da rede irão apontar possíveis causas e soluções do problema, incluindo relatórios de manutenção preventiva", explica Oliveira.
Ou seja, na prática, a grande vantagem deste projeto é a possibilidade de um ISP de qualquer porte viabilizar sua operação em outras regiões e reduzir os custos de Capex e Opex, que seriam direcionados à construção e manutenção de uma rede própria. Além disso, Oliveira também acredita que a Siena será uma peça estratégica para promover a democratização do 5G, uma vez que a rede neutra oferece a infraestrutura e capacidade necessárias para transmitir grandes volumes de dados por meio das ERBs (Estações Rádio Base) e levar a tecnologia para outras cidades do estado de São Paulo.
"A Siena será um parceiro importante das empresas que, assim como nós, querem contribuir para promover o desenvolvimento digital do país e ajudar a conectar pessoas, empresas e novas oportunidades de negócios", finaliza o presidente da Americanet.