O primeiro "Índice de Internet Inclusiva", estudo realizado pela The Economist Inteligence Unit e pelo Facebook, traz resultados positivos para o Brasil. O estudo analisou e comparou 75 países em relação aos seguintes quesitos: disponibilidade (availability), viabilidade de custo (affordability), ambiente favorável (readiness) e relevância (relevance). No comparativo geral, o Brasil ficou na posição 18, com nota 78 para um máximo de 100. E entre os países em desenvolvimento ficou atrás apenas de Polônia, Romênia, Rússia e Taiwan. Analisando apenas as Américas, o Brasil é o terceiro no ranking. Os países mais bem ranqueados, de maneira geral, são Singapura, Suécia, EUA, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul. Singapura teve índice geral 90,3, empatado com Suécia.
Entre os diferentes indicadores analisados, aquele em que o Brasil se sai melhor é o de viabilidade de custo, em que são analisados os preços dos serviços e equipamentos de acesso, bem como o nível de competição na oferta. Neste quesito, o Brasil está na nona colocação, com índice 92,3. O país mais bem colocado foi o Canadá com nota 99,3.
No quesito disponibilidade, o país está na posição 21, com nota 65,8. O país líder nesse quesito é Singapura, com nota 95,8. Este quesito analisa o uso dos serviços, a qualidade, a infraestrutura disponível e a disponibilidade de energia.
No indicador de ambiente favorável (readiness), o Brasil está na posição 31, com nota 70,9, e é a pior classificação obtida pelo país entre os quesitos analisados. O país que se destacou nesse quesito foi a Malasya, com índice 92,3. Nesse indicador são analisadas questões de confiança e segurança, políticas e instrução da população (literacy).
No quesito relevância, que analisa a presença de conteúdo local e conteúdo relevante, inclusindo serviços de governo, o Brasil fica na posição de número 13, com nota 84,3. O líder são os EUA com nota 90,6.
O estudo também analisou aspectos como as diferenças de gênero no uso da Internet em nove países. E constatou que em quase todos os países, exceto o Brasil, os homens têm mais acesso a Internet do que as mulheres. No Brasil parece não haver também nenhuma distribuição favorável aos homens no que diz respeito à adoção de smartphones. Ao contrário.
Por fim, foi analisado um aspecto importante para a ampliação do uso da Internet, que são os pontos de troca de tráfego. Nesse caso, o Brasil ficou na posição 18, com pouco mais de 1 ponto para cada 10 milhões de habitantes. A Suécia, por exemplo, tem mais de 9.
O estudo aponta para a necessidade de implementação dos planos de banda larga, e não apenas o delineamento de políticas públicas, Também traz a necessidade de melhores na infraestrutura de backhaul, considerando que as redes wireless desempenham um papel importante. Por fim, o estudo chama a atenção para a necessidade de maior esforço de educação para o uso da Internet e inclusão de mulheres. Além dos indicadores comparativos, o estudo trás análises acadêmicas e de pessoas entrevistadas como parte da metodologia de entendimento dos cenários. A íntegra do estudo está disponível aqui para download ou pelo site do projeto.