Depois de a fabricante chinesa Foxconn ter sido notificada mais uma vez na quinta-feira, 29 de março, por causa de jornadas abusivas e condições de trabalho inadequadas, pela Fair Labor Association (FLA), ONG internacional de proteção ao trabalhador, Tim Cook, o novo CEO da Apple, veio a público para dizer que a empresa se comprometeu a reduzir horas de trabalho e aumentar significativamente os salários dos operários.
O simples fato de Cook ter ido a uma instalação onde os dispositivos da Apple são fabricados já mostra, segundo parte da imprensa americana, a diferença na gestão da empresa que ele pretende imprimir em relação a seu predecessor, Steven Jobs. Ao contrário de Cook, Jobs nunca visitou a fábrica da China. De acordo com o New York Times, desde que Cook tornou-se presidente-executivo, em agosto do ano passado, pouco antes da morte de Jobs, a Apple tomou uma série de medidas para tratar de questões envolvendo a fabricação de seu produtos.
O jornal americano ouviu a professora de política ambiental e trabalhista da Universalidade da Califórnia, Dara O’Rourke, que disse “quero dar o credito a Tim Cook por isso, por ele ter admitido os problemas existentes na produção”.
Alguns defensores dos direitos trabalhistas, no entanto, disseram que não estão convencidos de que haverá melhorias significativas aos trabalhadores, mesmo com a preocupação de Cook. Jeff Ballinger, ativista e pesquisador, disse que “isso é padrão, já observei antes, é uma notícia para dar esperança. É uma forma de manter a esperança que a condição atual irá acabar; não é muito convincente”.
Em janeiro, quando a Apple publicou o relatório anual de 2012, em que consta a Foxconn como fornecedora, ela divulgou o nome de 156 empresas de tecnologia que também utilizam os serviços da fabricante chinesa, mas todas de declinaram em fazer qualquer comentário.
