Chief Data Officer e a monetização de dados: quais habilidades e experiências que esse(a) profissional precisa ter?

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Todas as empresas hoje geram e armazenam dados. No entanto, muitas ainda não entendem como a utilização adequada desses dados é capaz de melhorar a tomada de decisão, desenvolvimento de inovações e até a monetização deles. 

Porém, para isso, é necessária uma grande mudança de mindset. A liderança deverá olhar, não mais somente para um ativo tradicional, mas também para as informações geradas em ambientes virtuais e como elas podem ser estruturadas e interpretadas para embasar a criação de novos produtos, serviços, o aumento de receita e até mesmo a melhoria da gestão da equipe. 

Alguns exemplos de monetização que podemos citar são:
  

– Fidelizar o cliente ao oferecer cupons de desconto em uma compra recorrente; 

– Analisar o histórico de atendimento ao cliente para entender como converter a taxa de 

insatisfação; 

– Avaliar o desempenho dos colaboradores para criar um plano de carreira. 

A partir da monetização de dados é possível aumentar consideravelmente o capital da empresa a partir do uso de dados. Para isso acontecer, é preciso definir os objetivos e traçar as estratégias dessa jornada. Alguns exemplos são:
  

– Encontrar gargalos financeiros da empresa; 

– Analisar o comportamento dos consumidores; 

– Criar outras fontes de receita além da principal; 

– Desenvolver novos modelos de negócios; 

– Inovação e soluções para empresas e sociedade. 

Um grande exemplo são as operadoras de telecomunicações. Se antes elas eram vistas apenas como provedoras de telefonia e internet, hoje elas contam com serviços de score de crédito, crédito financeiro, entre outros. 

O método é uma excelente forma de ter retorno no investimento feito nas áreas de tecnologia e segurança da informação, além de poder apoiar na redução de custos de produção, aumentar o desempenho de vendas e/ou desenvolver novas formas de venda. 

Perfil do profissional 

A utilização e monetização de dados é um esforço que exige a participação de diversas frentes da companhia, mas a figura do "Chief Data Officer — CDO" é a mais importante nessa transformação, que precisam ser capacitados(as) e se mostrarem verdadeiros entusiastas na análise de dados. 

Abaixo, confira 5 características frequentemente presentes nos briefings de seleção de CDOs: 

  1. Liderança inclusiva, criativa e com mindset digital: Essa estratégia de inovação e transformação exige um mindset digital. Nesse sentido, líderes com afinidade em tecnologia e inovação conseguem trabalhar para criar e propor novos modelos de negócio. São líderes visionários que conseguem motivar a equipe nessa jornada de inovação, capacitando e fomentando a criatividade dos colaboradores mantendo-os sempre atualizados nas principais ferramentas tecnológicas.

Assim, além de conseguir implementar novos processos, esses líderes conseguem 

manter a produtividade da equipe, mas sem renunciar à qualidade de vida. 

  1. Visão analítica para definição do modelo de negócio. É necessário ter a capacidade de pensar no consumidor e fazer perguntas como: quais são as dores desse cliente? Qual valor e percepção ele tem da sua empresa? E ao mesmo tempo, entender quais as dores internas da empresa e de seus diferentes setores? Após esse primeiro estudo, ficará mais fácil definir como os dados irão fornecer informações que ajudem a inovar e consequentemente gerar receita.
  2. Capacidade de liderar projetos de refinação e estruturação de dados. O processo de monetização de dados, vai além de armazená-los e vendê-los. Existe uma etapa intermediária e crucial do projeto que é a organização e estruturação deles.

No entanto, esta é uma das etapas mais morosas em termos operacionais e exigem uma capacidade de liderança e engajamento diferenciados para com o time, além da capacidade de interlocução com stakeholders estratégicos, pois, é uma fase que exige investimento de tempo e dinheiro, sem retornos imediatos e tangíveis. 

  1. Conhecimento avançado em segurança da informação. O CDO precisa ter certeza de que todo o processo de retenção de dados esteja em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e outras regulações. Além disso, precisa acompanhar a criação de políticas, protocolos de segurança e definir os responsáveis e níveis de acesso que eles terão à base.
  2. Conhecer as soluções tecnológicas disponíveis no mercado. É preciso saber qual a tecnologia de gerenciamento de dados é a mais indicada para cada modelo de negócio. Não é tão simples quanto adotar a que todos estão contratando, é preciso entender quais os recursos e benefícios que a sua empresa busca em uma solução e decidir por aquela que atende as demandas.

Guilherme Spironelli, sócio da EXEC.

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