Qual postura sua empresa deve adotar quando é alvo do crime organizado?

0

São Paulo e Rio de Janeiro, estados com as maiores economias do País e que também lideram as estatísticas da criminalidade. São roubos de cargas e carros, desvios de armas, assaltos a bancos ou joalherias e homicídios com números similares a de países em guerra, entre outros crimes que assombram a sociedade, além de trazerem um custo oculto nas relações de consumos. 

Segundo a Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem), no ano de 2021, 20 mil carros receberam proteção balística, número 45% superior ao registrado em 2020. Dados como este dão a dimensão da explosão da violência, que por um lado, vem associada a um custo de proteção que não para de crescer e, por outro, há uma grande dificuldade de fiscalizar o controle de armas que circulam no país. 

Diante de um desanimador cenário, estão as empresas com desafios cada dia maiores. Operar nesses centros exige uma soma de fatores para garantir a sobrevivência dos negócios. Não bastasse toda a violência por problemas internos, a economia mundial foi brutalmente afetada pela Covid-19 e quando começava a dar sinais de recuperação, eis que se inicia a guerra entre a Rússia e Ucrânia com impacto direto nos preços do petróleo e alimentos. 

Na soma de todos esses eventos, o Brasil registrou a alta do desemprego, da fome e do número de pessoas em insegurança alimentar grave, que superou 15 milhões de brasileiros, e tudo isso agrava ainda mais a violência. Diante desse cenário, as empresas segregam os atendimentos e isolam os territórios que sofrem influência do crime organizado. 

Porém, o melhor caminho é buscar inteligência nas soluções de segurança. É possível obter bons resultados com o uso das tecnologias e dos processos desenhados para criar maneiras assertivas de lidar com o problema. 

Por isso, o compliance não deve ser visto como um muro que "engessa" as soluções e para que haja evolução, a adesão da alta gestão é fundamental. Alinhar as expectativas e ter transparência nas relações facilitarão o atingimento dos objetivos. 

Não vale "vender sonhos", assim como é importante as empresas entenderem que soluções têm um preço. É muito comum no mundo empresarial que as licitações sejam abertas em cumprimento às regras de compliance, mas com a decisão final baseada somente nas menores cifras, desconsiderando, sob as algemas do orçamento, a qualidade do produto ou o aporte técnico do serviço. Avaliar qual a necessidade, mas lembrar que a relação custo-benefício deve ser considerada, também traz benefícios e não somente custos. 

Eduardo Masulo, consultor sênior na ICTS Security. 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.