Com parte de seu plano para reforçar a área de software no Brasil, a Intel anunciou nesta quarta-feira, 3, a aquisição de Profusion Embebed Systems, empresa de software de interface com usuário, desenho e desenvolvimento de aplicações, tecnologias gráficas, animação, HTML 5 e tecnologias web para dispositivos de consumo, localizada em Campinas, no interior de São Paulo. Conforme os termos do acordo de compra, a equipe de 23 funcionários da Profusion será incorporada a Intel com objetivo de construir um hub de desenvolvimento de tecnologia no Brasil.
O diretor de software da Intel para o Brasil, Nuno Simões, no entanto, não quis dar margem à dúvida e negou que este seria o primeiro movimento para outras aquisições de empresas brasileiras. "Vamos investir onde identificarmos oportunidade. Em algum momento compramos empresas, em outro, contratamos pessoas, por exemplo. As aquisições se dão onde existe o talento e no Brasil não há possibilidade de novas aquisições no momento", declarou.
Apesar de não revelar valores, a compra, finalizada no início do ano, faz parte dos investimentos que a companhia vem realizando no Brasil. Entre eles está o acordo com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério da Educação (MEC), anunciado em fevereiro, que prevê o aporte de R$ 300 milhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para o fomento à inovação em diferentes segmentos da indústria em áreas de interesse nacional, como educação, energia e transporte, com foco na área de software.
Expansão e projetos
A área de software da Intel no Brasil cresceu de duas para 46 pessoas em um ano e, até 2015, a expectativa é que a equipe chegue a 80 funcionários. Além disso, a companhia conta com mais de 7 mil empresas de software cadastradas em seu programa de desenvolvedores, 400 delas no Brasil, com objetivo de elevar esse número para cerca de mil empresas até o fim do ano. "O Brasil se tornou o terceiro maior mercado de PCs do mundo no ano passado. Hoje, é o quarto. O brasileiro gosta de conteúdo nacional e se não há foco a área de software, perdemos as oportunidades", reconhece Simões, enfatizando que o software não pode ter limitações e a questão da portabilidade é crucial para o desenvolvimento de novos projetos. "Isso foi um dos motivadores da aquisição da Profusion."
Outras atividades na área de software da Intel são eventos promovidos para reforçar relacionamento com os desenvolvedores, além de seu programa de universidades, ao qual Unicamp, PUC-Rio e PUC-Campinas, IME-USP e Poli-USP são associadas. A meta do programa, inciado em dezembro, é a renovação dos currículos de cursos como ciência da computação e desenvolvimento de software, além de possibilitar acesso de pesquisadores e acadêmicos a laboratórios de computação de alto desempenho (HPC) nos Estados Unidos. Simões também revela que, para este ano, a empresa estuda a instalação de um laboratório HPC no Brasil, possivelmente dentro de uma das universidades.
No projeto com o MCTI e o MEC, Simões destacou que a demanda da vertical de educação é muito alta. "Temos um time mais focado nessa área, mas toda a equipe está voltada a entender o que o governo gostaria que esteja funcionando. O número de pessoas focadas em um projeto depende da demanda do momento. Educação tem mais demanda, mas energia começou a ter também. Quanto aos projetos, vemos um pedido maior por tablets com sistema operacional Android", explicou.
