Ter uma boa gestão financeira é, sem dúvida alguma, essencial para o sucesso de qualquer negócio. Imagine uma empresa sem dinheiro ou com as contas no negativo. Sem capital de giro, não é possível explorar novas oportunidades, como realizar promoções ou comprar insumos para reforçar os estoques, por exemplo.
Se sua empresa chegar nesse ponto, é importante parar e discutir a situação para saber onde e quando ocorreram as falhas. A gestão financeira ajudará para que os erros não se repitam com tanta frequência, pois ela contará também com planejamento e organização.
Para ter uma empresa bem gerida financeiramente é preciso ter um olhar bem atento aos custos e despesas. Eles estão distribuídos em diversas áreas, por isso, devem ser muito bem identificados. Todo empreendedor deve fazer o possível para descobrir como reduzir os gastos no seu negócio.
Para ajudar, em especial as micro e pequenas empresas, que normalmente não têm uma "folga" de dinheiro para errar, listo abaixo alguns dos principais custos e despesas que, se bem controlados, podem fazer a diferença para um negócios financeiramente saudável. Confira:
1. Contratação de pessoal
Infelizmente, a cultura de demissões ainda é uma realidade entre o empresariado brasileiro. Muitas vezes, em vez de estudarem melhor seu empreendimento, descobrindo assim origens de possíveis desperdícios gerados durante os processos da empresa, o caminho aparentemente mais fácil é tomado. Entretanto, não se leva em consideração que toda demissão é um custo. Além do FGTS, por parte da empresa, custos como treinamento devem ser levados em consideração. Por isso, aposte nos seus funcionários, eles são as engrenagens do seu negócio!
2. Aquisição de materiais: estoques, móveis e utensílios de escritório
Os estoques de matérias primas e produtos, além dos móveis e utensílios de escritório, são os gastos rotineiros da empresa. A apuração das mercadorias deve ser feita com o máximo de precisão, já que se compradas em excesso ou em escassez podem gerar diversos prejuízos, que vão desde a depreciação natural dos produtos, até o reflexo negativo no quadro de vendas.
Já os móveis e utensílios de escritório devem ser racionalizados. Usar a impressora da empresa para imprimir documentos pessoais e os celulares corporativos para ligações particulares, por exemplo, refletem em gastos muito maiores do que o esperado. Por isso é importante um controle desses bens e uma correta orientação aos funcionários e gestores.
3. Aluguel e condomínio
Todo empreendedor sonha com um espaço físico invejável para realizar suas atividades e muitas vezes se esquecem de ponderar se ele realmente será necessário e bem aproveitado. Gastos com aluguéis e condomínio são despesas que pesam muito para micro, pequenos e médios empreendimentos.
Optar por espaços menores pode significar a contratação dos funcionários de Marketing que está faltando na sua empresa, ou aquele anúncio tão sonhado que você gostaria de fazer no jornal para conquistar mais clientes. Hoje em dia também é comum utilizar espaços de co-working, ou seja, dividir um escritório com outras pessoas e outras empresas, o que também diminui gastos.
4. Maquinário e serviços
Os custos decorrentes do funcionamento das máquinas (água e eletricidade, por exemplo), estão intimamente ligados a produção de bens ou até de serviços. Tão importante quanto saber o valor gasto de acordo com a produtividade da sua empresa nesse procedimento, é entender que esses valores devem entrar diretamente no custo final do seu produto, já que esses são custos de produção.
Internet, telefones e outros serviços gerais também são gastos corriqueiros, que devem ser adquiridos sob medida para a sua empresa. Não há necessidade de contratar, por exemplo, uma internet de 80 gigas, se sua empresa só tem 10 funcionários e a utilização massiva desse serviço será aproveitada apenas para o envio e recebimento de e-mails. Portanto, pondere bem e estude com as operadoras as melhores propostas oferecidas.
5. Fique atento aos custos fixos e variáveis
É muito importante a identificação dos custos fixos e variáveis da sua empresa. Os custos variáveis são àqueles ligados à produtividade, como luz (no caso da industria), matérias-primas, e outros, então devem entrar no valor final do produto. Já os custos fixos, são todos àqueles que são geridos independentemente do quanto você produziu no mês. Ter noção desses dois conceitos ajuda entender o quanto cobrar por produtos e serviços e a descobrir quais custos podem ser cortados ou economizados e quais devem ser mantidos.
Vinicius Roveda, CEO da ContaAzul