O Brasil perdeu duas posições no ranking global de velocidade média da Internet no levantamento "State of the Internet", da Akamai, relativo ao segundo trimestre de 2014, e passa a ocupar agora a 89a posição entre 136 países. Não que a velocidade média não tenha crescido: foi 11% superior à média dos primeiros três meses do ano, encerrando junho em 2,9 Mbps – alta de 19% na comparação anual.
O fato é que outras nações obtiveram melhor desempenho. A velocidade média global da banda larga no mundo registrou aumento de 21%, atingindo 4,6 Mbps e superando pela primeira vez a barreira dos 4 Mbps, velocidade considerada de banda larga pelo levantamento. A Coreia do Sul manteve-se em primeiro lugar com 24,6 Mbps e crescimento de 4%, seguida por Hong Kong, 15,7 Mbps e crescimento de 18%. No comparativo ano a ano, quatro dos dez melhores países do apresentaram aumento de velocidade média de conexão superior a 50%, liderados pela Coréia do Sul, com 84%.
Na América Latina, destaque para Uruguai, Chile e Argentina, com taxas superiores a 30% de crescimento, com 5,6 Mbps, 4,4 Mbps e 4,2 Mbps, respectivamente. Houve alta também (de 20%) na média global de picos de conexão, que chegou a 25,4 Mbps entre os 139 países avaliados neste índice.
Em primeiro lugar do ranking está Hong Kong, com pico de 73,9 Mbps e crescimento de 12% em relação aos três meses anteriores. Ano a ano, a média (25,4 Mbps) continua a apresentar um sólido crescimento, com evolução de 34% em relação ao segundo trimestre de 2013. O Brasil obteve 20,2 Mbps, aumento de 13% em relação ao primeiro trimestre de 2014 e de 8,1% em relação ao último ano.
Ainda assim, o país caiu do 82º lugar para a posição 89. O maior crescimento na América Latina foi o do Chile, 36%, enquanto o Paraguai registrou o menor índice, 6,6%. Destaque para o Uruguai, que cresceu 225% no ano, mais do que os Estados Unidos e Canadá, países que geralmente apresentam o maior pico das Américas. A Argentina registrou o segundo maior aumento, de 63%. De todos os países, apenas a Zâmbia apresentou queda de velocidade (55%), com 3,8 Mbps.
Móvel e endereços IP
Dos 56 países ou regiões avaliadas no índice de conectividade móvel, a Coreia do Sul manteve a liderança, com velocidade média de 15,2 Mbps.
O Brasil registrou média de 1,5 Mbps e a menor velocidade foi a do Vietnã, com 0,9 Mbps. Já na contagem contagem global de endereços de IP únicos, pela primeira vez o estudo registrou redução: de 0,9% no comparativo entre trimestres, com apenas dois dos Top 10 países/regiões considerados no levantamento (Brasil e Japão) conseguindo aumentar no número de endereços devido ao fato de alguns provedores trabalharem para conservar os endereços IPv4 ou como resultado do aumento da conectividade IPv6 e adoção entre principais fornecedores de rede.
O Brasil é o terceiro país com mais endereços IP, com 6,7% de crescimento no trimestre, e foi o único dentre os dez países com mais endereços que apresentou crescimento de dois dígitos, permanecendo na primeira posição na adoção de endereços IPv4, com 43% de aumento. A maior demanda para IPv6 continua sendo de provedores, como a Verizon Wireless, que detém 50% das solicitações. Telenet, Brutele, Kabel Deutschland e XS4ALL representam mais de um terço dos pedidos do protocolo, e países europeus continuam dominando o ranking de adoção de IPv6, com sete das dez principais posições – Bélgica, Suíça e Luxemburgo estão no topo da lista com 19%, 10% e 8,8%, respectivamente.
Ataques
A Akamai também identificou, através do monitoramento de sua infraestrutura, os países nos quais os ataques são originados, bem como os principais pontos atingidos por eles. O relatório identificou tráfego de ataques a partir de 161 países ou regiões, e mostra que a China permanece no topo como fonte de ameaças de maior volume observado, com 43%. Os EUA caíram da segunda para a terceira posição, com 13%, e a Indonésia assume seu lugar, com 15%. O Brasil que estava em 8º lugar no último trimestre, sobe para a 7ª posição, com 1,7%. Foram 270 ataques DDoS reportados pelos usuários Akamai no trimestre, queda de 5% em relação aos primeiros três meses do ano e de 15% no comparativo ano a ano.
Os ataques no setor de tecnologia mantiveram ritmo crescente, com alta de 60%, enquanto o setor público registrou maior queda, de 54%.
4K
O ranking "4K Readiness", que analisa a entrega de streaming de ultra alta resolução (4K) e considera que é preciso 15 Mbps de capacidade para que vídeos sejam trafegados, identificou que apenas 12% dos países conectados à plataforma da fornecedora apresentaram conexão superior a essa velocidade. O Brasil caiu da posição 45 para 49 no trimestre entre 51 países, com 0,6% de suas redes capazes de realizar streamings em 4K.