Na última Copa do Mundo as imagens transmitidas passavam pelo crivo da FIFA, mas na próxima edição é possível que a Federação Internacional de Futebol não tenha o mesmo controle sobre o conteúdo gerado. Isso porque as modernas ferramentas de Tecnologia de Informação e Conhecimento-TIC estão possibilitando a geração e compartilhamento de conteúdos pelo espectador, pelo cidadão comum. É bastante provável, portanto, que a Copa de 2014 que o Brasil sediará se torne uma divisora de águas entre os atuais modelos estáticos e o novo paradigma de interatividade e mobilidade.
Para que as empresas brasileiras de TI participem desse processo de desenvolvimento de tecnologia, o ITS – Instituto de Tecnologia de Software e Serviços – criou em São Paulo a 'TIC na Copa', rede de empresas de TI que querem se qualificar para serem fornecedoras de serviços para grandes eventos, como a Copa de 2014. Atualmente com 25 empresas, o início da rede começa com um processo de sinergia com a Rede Rio TI Esportes, criada pela RioSoft com o mesmo objetivo. Juntas, elas somam quase 80 corporações nacionais e devem atrair mais uma centena de desenvolvedores de produtos e serviços que se propõem a promover o salto qualitativo que o setor de grandes eventos mundiais vivenciará nos próximos anos.
O anúncio da integração entre TIC na Copa e Rede Rio TI Esportes aconteceu no último dia 25, antecedendo a abertura do Futurecom, maior evento de Telecomunicações e Tecnologia da Informação da América Latina, realizado no Transamérica Expo Center, em São Paulo. O objetivo é criar uma agenda comum de trabalho, atrair outros participantes e também iniciar a integração com os grandes fornecedores mundiais de soluções para grandes eventos.
"Nosso intuito é fortalecer a empresa nacional de tecnologia ou a multinacional que tem operações em nosso país, de modo a favorecer a geração de emprego e renda no Brasil", afirma José Vidal Bellinetti, diretor Executivo do ITS. "Promover um salto qualitativo em direção à interatividade e à mobilidade também permitirá consolidar o Brasil como fornecedor privilegiado de TI para grandes eventos em escala mundial, além de deixar uma plataforma que alavancará os negócios em torno dos eventos locais", completa.
O mercado nacional de grandes eventos deve passar por um boom nos próximos anos. Além da melhor relação cambial, apenas o Rio de Janeiro tem uma agenda de pelo menos um grande evento de esportes ou meio ambiente por ano entre 2012 e 2016. "Queremos evitar que se repita aqui o que aconteceu na África do Sul na última Copa do Mundo, para a qual foi instalada uma parafernália tecnológica que, após o evento, foi retirada sem deixar benefícios para o país", lembra Vidal.
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