A inovação aberta e aplicações pelo Governo Federal

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A importação e exportação são fatores fundamentais para a economia de qualquer país e engana-se aquele que acha que os processos que envolvem essas operações são de extrema facilidade. Antes do advento da tecnologia, era comum nos depararmos com cenários engessados e sem flexibilidade alguma, fator enfrentado por diversas áreas. Hoje, a transformação digital mostrou que veio para atuar além da implementação de recursos tecnológicos pelas empresas, sendo uma verdadeira aliada da disrupção por parte das companhias, bem como de seus colaboradores.

Por isso, mostra-se constante a necessidade de investir na inovação aberta. Quando pensamos no oposto do termo, a inovação fechada, feita dentro de um organismo único – ou seja, a própria empresa, torna-se praticamente impossível adquirir artefatos que possibilitem a quebra de modelos tradicionais e antiquados. Ao trabalhar completamente sozinha, a corporação fica presa aos recursos existentes internamente, dependentes da cultura, espaço e atividades rotineiras.

Vale lembrar que a inovação não é algo avulso, que surge do vazio. Ela nasce de um processo complexo, que transforma as maneiras das corporações seguirem suas atividades. Se dentro da empresa não existe o espaço de debate, alinhamento de expectativas e quebra de paradigmas, a inovação não pode ser possibilitada, apenas mudanças incrementais, que não são disruptivas.

A quebra do vínculo e padrões comportamentais

Open Innovation — ou inovação aberta, em tradução livre, é um termo que foi concebido em 2003 por Henry Chesbrough, professor da Universidade de Berkeley e chairman do Centro de Open Innovation Brasil. O intuito é realmente estimular ideias e processos mais abertos, evoluindo as ofertas de serviços e produtos por parte das empresas. Usufruindo de insights obtidos interna e externamente, o conceito nasce para atuar como um rompimento de paradigmas.

Ou seja, passa a abrir a inovação para conseguir trazer as potências que faltam dentro da corporação. Nesse sentido, é importante que a companhia esteja, de fato, envolvida nos processos de quebra de vínculo e transformação, uma vez que é detentora do know-how. Não é um fator único que depende exclusivamente de fatores externos ou de dentro da empresa, mas sim uma combinação de ambos.

Com essa terminologia, inovar deixa de ser algo escondido e guardado em um lugar inacessível. Logo, a colaboração entre partes diversas mostra o quão importante é ter essa troca de informações e ideias, um conhecimento mútuo que passa a ser compartilhado e debatido. Como resultado, todas as partes ganham, desde a estrutura organizacional até os colaboradores e clientes.

Setor privado e público caminham em conjunto

Sabemos que a inovação aberta deve estar em pauta em qualquer companhia. E o mesmo se aplica no âmbito público, uma vez que o laço com o setor privado vem se estreitando cada vez mais. Esse fator é apontado pelas PPPs, Parcerias Público-Privadas, que registraram um crescimento de 98% em 2018, em uma apuração de dois anos.

No Comércio Exterior, tal ponto pôde ser notado por meio do Procomex, Aliança Pró Modernização Logística de Comércio Exterior, que vem permitindo maior participação do setor privado, diferentemente do que ocorria no passado. Além disso, também podemos destacar o NPI, Novo Processo de Importação, que, embora tenha contado com o know-how governamental da legislação, acordos internacionais e acordos de facilitação de comércio, antes de fechar os procedimentos, escuta o setor privado com relação às ideias.

Dessa forma, abrir a possibilidade de inovação apoia todos aqueles que consomem produtos e serviços ofertados pelo Governo, sendo os importadores, exportadores, portos, entre outros. Por fim, todos se envolvem direta ou indiretamente, independentemente da área de atuação, tendo em vista que a inovação é algo que vem para agregar.

Separar um espaço propício ao novo pode ser o diferencial competitivo que sua empresa estava procurando. Reestruture processos, escute ideias diversas e identifique novas oportunidades!

Cláudia Oliveira, COO da eCOMEX – NSI, com MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas e MIT em Gestão de Tecnologia da Informação pela FIAP.

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