A utilização do sistema operacional Linux nas urnas eletrônicas proporcionará mais transparência ao processo e, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), uma economia de cerca de R$ 4 milhões nas eleições municipais deste ano.
Por ser um software livre, o governo não terá gastos com propriedade intelectual e direito autoral, o que elevava o valor das urnas eletrônicas, com outros sistemas operacionais instalados, em aproximadamente cem dólares ? hoje, o valor de cada urna é de 850 dólares. ?É um sistema aberto, com custo zero para a Justiça Eleitoral?, explicou o diretor geral do TSE, Athaide Fontoura Filho. Nesta sexta-feira, 4/4, foram apresentadas as especificação e desenvolvimento dos programas informatizados a serem utilizados nas eleições municipais deste ano.
Apenas neste ano foram adquiridas 50 mil urnas eletrônicas. Outras 430 mil, usadas nas últimas cinco eleições, também estarão à disposição, todas com o sistema Linux. Segundo Fontoura, a estimativa é de que nos próximos dez anos sejam economizados até R$ 15 milhões com o uso do novo software.
Além da redução de gastos, o diretor geral do TSE informou que a mudança torna mais fácil a auditoria do sistema e mais transparente o uso e aperfeiçoamento dos programas desenvolvidos pela equipe técnica do tribunal. Pela primeira vez, técnicos indicados pelos partidos políticos, Ministério Público e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) poderão acompanhar todas as fases de desenvolvimento dos programas de computador utilizados nas eleições.
?O Ministério Público, os partidos políticos e a OAB terão condições, a partir de 180 dias antes das eleições, de propor mudanças na lógica do sistema, o que torna mais transparente o processo e fortalece a democracia", afirmou Fontoura. O acompanhamento e os ?testes de vulnerabilidade? poderão ser feitos na Sala de Apresentação do TSE, de sábado, 5/4, até que os sistemas sejam lacrados, o que está previsto para o início de setembro.
Outra novidade deste ano será a utilização de urnas biométricas nas cidades de Fátima do Sul, em Mato Grosso do Sul; São João Batista, em Santa Catarina; e Colorado d'Oeste, em Rondônia. Nelas o eleitor é identificado por impressão digital dos dez dedos e fotografia. Com o cadastramento biométrico, o TSE pretende excluir a possibilidade de uma pessoa votar por outra, que hoje ainda existe. A expectativa é de que em dez anos todos os estados do país tenham urnas com leitores biométricos.
Com Agência Brasil