Documentos vazados ao jornal inglês The Guardian por Edward Snowden, ex-colaborador da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês), divulgados nesta quinta-feira, 5, revelam que a NSA e o GCHQ, serviço de inteligência britânico, teriam capacidade para quebrar algoritmos de segurança de boa parte das comunicações transmitidas pela internet.
Segundo informa o diário, as agências conseguiram decodificar parte da criptografia de dados em transações online, serviços bancários, registros médicos e e-mails, por meio de um programa que tem custado US$ 250 milhões por ano, e que conta com a cooperação de empresas de tecnologia. A quebra da criptografia é feita com o uso de supercomputadores e amparada em ordens judiciais para minar as principais ferramentas que protegem a privacidade das comunicações cotidianas.
Especialistas em segurança já suspeitavam que a NSA conseguia desbloquear algumas normas de segurança. Em um incidente em 2006, documento secreto mostrou que a agência conseguia obter sua própria versão de um projeto do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA, por meio do uso de malwares. À época, o código resultante foi muitas vezes suspeito de ter sido adulterado pelo governo, mas isso nunca foi provado.
Os documentos aos quais o jornal teve acesso não informam, no entanto, quais empresas seriam colaboradoras do programa ou o nome de tecnologias específicas que já teriam sido quebradas pela NSA.