O que aprender com Israel e Índia?

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Há pouco tempo finalizei um curso sobre educação digital com especialistas de Israel e fiquei muito impressionado com as inovações propostas pelos empreendedores desse país.

Israel tem uma das populações mais instruídas do mundo, com 47% dos jovens de 25 a 34 anos com nível superior, de acordo com um relatório "Education At a Glance" da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Israel é o lar de várias iniciativas educacionais que desenvolvem tecnologias inovadoras que buscam melhorar a qualidade da educação e do aprendizado escolar com o objetivo de torná-las prontamente acessíveis a todos.

Conhecida por ser um gigante da disrupção, o ecossistema de startups israelense tem uma combinação de cultura, meio ambiente e estratégia aguçada que levou o país a um boom tecnológico.

Segundo dados do Ministério da Economia e Indústria de Israel, existem hoje 280 empresas no setor de edtech, metade delas em estágio inicial de desenvolvimento. Cerca de US? 1,5 milhão em investimentos foram feitos neste campo apenas em 2022.

A paixão pela tecnologia está profundamente enraizada na cultura israelense – e os professores não são exceção. Esses profissionais têm uma participação importante no ecossistema local de edtechs e muitos, mesmo sem formação empreendedora, buscam novas formas de aprimorar a forma como ensinam usando a tecnologia. Alguns até trabalham em novos empreendimentos que podem se tornar startups.

Agentes de novas tecnologias em sala de aula, os professores transformam o sistema educacional israelense em uma grande sandbox. Isso, juntamente com o tamanho relativamente pequeno do sistema educacional israelense, fornece um ciclo de validação curto que é tão importante no estágio inicial de uma edtech.

A próxima grande revolução edtech pode não vir do Vale do Silício americano, mas da cidade de Yeruham. O motor que impulsiona essa revolução é o MindCET, um spin-off do Israel Center for Educational Technology (CET).

A organização sem fins lucrativos dedicada ao avanço da educação em Israel é um centro de inovação que vai além de uma aceleradora tradicional de empresas. O objetivo não é encontrar projetos rentáveis, mas sim que tenham o potencial de criar mudanças profundas no sistema educacional.

E realmente a educação não é um jogo. Não se trata de gerar o máximo de lucro possível no menor espaço de tempo – a entrega de um produto de alta qualidade é essencial.

Ferramentas inovadoras para ensinar e melhorar a leitura digital têm uma influência positiva no sistema educativo e preparam os alunos para o mundo do trabalho em constante mudança. Eureka World, por exemplo, e Annoto são duas startups que são excelentes exemplos de empresas de impacto significativo em alunos, professores e no mundo da aprendizagem.

A plataforma de inteligência de mercado HolonIQ prevê que o mercado global de educação chegará a US? 10 trilhões até 2030. Em nosso mundo digital, a tecnologia será central para o crescimento futuro do setor – e Israel sem dúvidas estará nessa vanguarda.

Nossas mentes precisam ser ampliadas e o pioneirismo das startups tanto israelenses como indianas têm muito a ensinar a países como o Brasil, que carecem de mão de obra qualificada. Vale ainda destacar que o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, divulgou recentemente que o país atingiu um marco de 100 unicórnios com uma avaliação de mais de 300 bilhões de dólares.

É incrível como é possível inovar mesmo em meio às adversidades. Criar startups inovadoras e disruptivas está ao alcance de qualquer pessoa. E é inclusive sobre esse tema que falo no livro "Olhares para os sistemas", que sou coautor e será lançado em breve.

Luiz Alexandre Castanha,  CEO da NextGen Learning.

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