Acumular ímãs de geladeira com telefones ou buscar informações em uma agenda impressa são coisas do passado. Atualmente, o Google é o maior site de busca e também a primeira opção quando precisamos obter alguma informação. Basta "dar um Google" e pronto, você tem as respostas literalmente a sua frente. Devido a essa praticidade, acabamos ficando dependentes, seja como usuário – em busca de informação – ou como lojista – em busca de tráfego orgânico para estar nas primeiras opções de resultado, e assim diminuir a dependência em mídia paga.
Além de ser uma internet dentro da internet, o Google acaba sendo um empreendedor em série. Nos últimos anos ele vêm "investindo" em novos projetos, como por exemplo um Zoológico com Panda, Pinguim, Hummingbird e Pigeon (nome das principais atualizações dos últimos tempos), e agora existem boatos de que ele está indo para o cinema e ficção científica, com as atualizações do FRED, Alien, Matrix e sabe-se lá o que mais que está vindo por aí. A única coisa certa é que mudanças acontecerão e se não ficarmos antenados, os resultados na SERP (resultado orgânico) começarão a cair, e junto com ele todos os outros números: menos usuários poderão encontrar sua loja, o número de acessos será menor, e consequentemente as taxas de conversão, vendas e receita reduzirão ao final do mês. A única coisa que irá aumentar é a pressão em cima das metas e nas últimas linhas do DRE (Demonstração do Resultado do Exercício).
Mas isso não significa que se você não ficar de olho em todas as atualizações do Google você vá perder todo o tráfego orgânico e a receita originada através dele. Assim como na vida, em que nem tudo acontece em questões de minutos, no Google não é diferente e raramente vai acontecer uma queda tão brusca nos resultados da SERP. Entretanto, essa situação é como um problema de saúde: quando o corpo dá um sinal, se não acompanharmos, a situação vai se agravando até que a condição de vida seja afetada.
Trazendo agora para o âmbito do e-commerce, podemos dar como exemplo a última atualização do Google. Essa atualização diz que o algoritmo vai levar cada vez mais em consideração o tempo de carregamento do site das lojas em dispositivos móveis. Ou seja, entre as centenas de variáveis que o Google analisa na hora de montar o rankeamento da SERP, agora também será levada em consideração a performance do mobile. E, sim, se for muito ruim o tempo de carregamento, ele pode afetar a relevância da loja e refletir na perda de posicionamento orgânico.
Mas isso também não significa que você tenha que sair correndo para fazer uma nova versão mobile para sua loja.A primeira coisa a ser feita neste sentido é analisar o cenário atual e a representatividade dos acessos através de dispositivos móveis em sua loja, antes de tomar decisões drásticas e aumentar investimentos desnecessários.
Um exemplo bem simples do que falei pode ser observado nesta situação: nós, na Avanti, atendemos um cliente que é líder mundial no segmento odontológico e possui uma loja virtual. Cerca de 80% do público final dele é B2B, e quem faz a compra é a secretária do dentista em horário comercial, através do computador da empresa, que por sua vez está integrado com o estoque. Neste cenário, de que adianta o cliente fazer um investimento considerável em uma versão exclusiva mobile, se 80% da receita é feita através do desktop devido à necessidade operacional do negócio do cliente? Logo, não adianta estar seguindo 100% todas as diretrizes do Google, se não analisarmos o cenário de uma forma 360.
É exatamente por meio dessa análise e do aproveitamento dos inúmeros dados disponíveis atualmente que vamos conseguir avaliar qual a melhor ação a executar neste universo de possibilidades online e offline.
Leonardo Machado, diretor de Marketing e Evolução da Avanti.