Pesquisa da Unisys Corporation revela que a área de aplicação da lei deve conduzir a inserção da biometria à tecnologia vestível. Entretanto, a questão da privacidade e segurança dos dados biométricos armazenados na nuvem precisa ser abordada, conforme seja amplamente adotada.
A pesquisa com 54 profissionais especialistas em biometria foi conduzida pela Unisys durante a Conferência do Instituto de Biometria na região Ásia-Pacífico(Biometrics Institute Asia Pacific Conference), realizada em Sidney, em maio de 2016.
As tecnologias vestíveis são dispositivos que podem ser utilizados junto ao corpo e que normalmente possuem a funcionalidade de promover a comunicação, o que possibilita a troca de dados entre uma rede e o dispositivo. Biometria refere-se a uma variedade de tecnologias nas quais os atributos exclusivos das pessoas são utilizados com o objetivo de identificar e autenticar, tais como impressão digital, da íris, mão, rosto, voz ou movimento.
"Embora a biometria tenha se tornado mais barata, mais precisa e mais fácil de usar, a falta de uma mudança revolucionária na tecnologia de captura restringiu os tipos de aplicações que utilizam a biometria e os tipos de biometria utilizados nessas aplicações. No entanto, o surgimento das tecnologias vestíveis tem o potencial de mudar completamente a utilização da biometria", afirma John Kendall, diretor do Programa de Fronteiras e Segurança Nacional da Unisys.
A maioria dos profissionais da área de biometria entrevistados (63%) disse que possibilitar que os agentes que aplicam a lei em âmbito público e privado identifiquem suspeitos ou conhecidos, que sejam terroristas e criminosos é a oportunidade mais apropriada para incorporar a biometria à tecnologia vestível. Poucos indicaram a finalidade para que consumidores possam fazer uso de relógios inteligentes, por exemplo, para autenticar pagamentos (19%) ou a utilização da biometria para controlar o acesso de dados capturados por dispositivos vestíveis (14%).
"Câmeras utilizadas junto ao corpo, que ficam presas nos uniformes como se fossem crachás, já estão sendo utilizadas em todo o mundo por autoridades de segurança pública para identificar pessoas, ao comparar com uma lista de suspeitos e depois, por meio de um smartphone ou um fone de ouvido Bluetooth discreto, notificam a pessoa que está utilizando esta câmera junto ao corpo", indicou Kendall.
Os entrevistados disseram que o reconhecimento facial é a modalidade biométrica mais apropriada para a tecnologia vestível, seguido pela identificação de voz. Além disso, pulseiras (52%), relógios (19%) e broches (15%) foram indicados como os formatos de dispositivos vestíveis mais apropriados para utilização da biometria.
"A autenticação da impressão digital já é aceita em smartphones e poderá ser aplicada a relógios ou pulseiras por meio de sensores de impressão digital. De modo similar, como muitos dispositivos vestíveis já incorporam câmeras, o reconhecimento facial é uma opção lógica para os óculos inteligentes e as câmeras utilizadas junto ao corpo", completou Kendall.
Questões sobre privacidade no acesso às informações biométricas armazenadas na nuvem foram citadas como sendo o obstáculo mais significativo para a incorporação da biometria à tecnologia vestível (79%). De uma forma geral, tecnologia, formato e custo não foram considerados como obstáculos.