Apesar da intenção declarada da empresa chinesa de internet Alibaba Group em adquirir o Yahoo, dita pelo diretor executivo (CEO) Jack Ma, durante uma conferência realizada no domingo passado, 2, na universidade americana Stanford, a lista de prováveis compradores é encabeçada pela Microsoft. O que, pode não ser uma ideia tão boa, segundo a opinião de analistas ouvidos pelo The Wall Street Journal.
A Microsoft tem grande interesse no futuro do Yahoo, já que mantém um acordo de venda de anúncios com o portal e pode fazer dele uma ferramenta para tentar deslanchar no mercado de buscas na internet, hoje dominado pelo Google. Além disso, empresa sabe que precisa do Yahoo para se manter a receita com publicidade on-line.
Para os analistas, a fabricante de software tem condições claras de comprar o Yahoo. Com uma queda de 10% nas ações do Yahoo, conforme mostra relatório que analisava uma oferta da Microsoft, o valor de mercado da empresa chegou a US$ 21 bilhões. Se a Microsoft oferecesse US$ 20 por ação, valor 25% acima da cotação no encerramento do pregão na última quarta-feira, 5, o preço seria de US$ 26 bilhões. Mas os custos líquidos seriam menos da metade desse valor, levando em consideração a venda dos ativos asiáticos do Yahoo pertencentes à Microsoft, por US$ 2,6 bilhões.
O analista Youssef Squali estima que os 35% de participação do Yahoo em sua subsidiária japonesa valem US$ 6 bilhões. Como a empresa detém cerca de 40% de participação no grupo Alibaba, ele sublinha que um investimento recente de um grupo avaliou o Alibaba em US$ 32 bilhões. Isso implica que a participação acionária do Yahoo esteja em US$ 14 bilhões, US$ 9 bilhões com impostos descontados. Segundo Squali, isso significa um corte de US$ 8,5 bilhões nos custos. Dada a expectativa de lucro do Yahoo para o ano, que gira em torno de US$ 1 bilhão, não parece um mau negócio. O risco, contudo, é a ausência de garantia de que o Yahoo consiga avaliação de US$ 32 bilhões por sua participação no Alibaba, devido à escassez de compradores.
Segunda investida
Em 2007, a Microsoft já havia feito uma oferta de compra ao Yahoo, quando a companhia topou pagar US$ 44,6 bilhões pelo site de internet, ou US$ 31 por cada papel da empresa. Apesar das negociações terem durado por mais de três meses, as diretorias de ambas as companhias não chegaram a um acordo. A Microsoft havia até concordado em aumentar sua oferta de compra de US$ 44,6 bilhões para US$ 47,5 bilhões, o equivalente a US$ 33 por ação. Contudo, o Yahoo insistiu no preço de US$ 53 bilhões, ou US$ 37 por ação, mais do que a Microsoft estava disposta a pagar na época. A fusão criaria uma das maiores companhias de tecnologia do mundo, desafiando o maior rival, o Google.