Venda interna de celular ?salva? indústria de telecom no ano

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Com um dos desempenhos mais fracos do setor eletroeletrônico, o segmento de telecomunicações foi salvo novamente pela telefonia celular ? mas, desta vez, pelas vendas ao mercado interno, já que as exportações tiveram uma queda de 23%. Dos 66 milhões de celulares produzidos no país, o brasileiro consumiu 45 milhões de aparelhos, segundo balanço apresentado nesta quinta-feira pela Associação Brasileira da Indústria Brasileira Elétrica e Eletrônica (Abinee).

O segmento deve fechar o ano com faturamento de R$ 17,4 bilhões, um ligeiro crescimento de 5% em relação aos R$ 16,74 bilhões registrados em 2006. O que, na avaliação da entidade, até surpreendeu, considerando o cenário que se desenhava para o ano e a forte queda das exportações de celulares, que recuaram de US$ 2,7 bilhões, em 2006, para US$ 2 bilhões neste ano.

Na avaliação do diretor de telecomunicações da Abinee, Paulo Castelo Branco, houve uma certa recuperação no segundo trimestre do ano e um reaquecimento, principalmente da telefonia celular, a partir da segunda metade do ano, o que contribuiu para esse resultado inesperado. Ele observou que o aumento nas vendas de celulares gera uma série de outros negócios em paralelo, como a compra de acessos por rádio e de equipamentos para a integração das estações radiobase.

Castelo Branco atribui o aumento das importações ? que cresceram 56%, saltando de US$ 1,23 bilhão, em 2006, para US$ 1,92 bilhão neste ano ? ao lançamento dos serviços de terceira geração da telefonia celular (3G), pelas operadoras Telemig e Claro, e o acesso em banda larga pelas operadoras de telefonia fixa, que consomem grandes quantidades de componentes importados.

De acordo com o diretor da Abinee, o que se viu neste ano foi uma mudança de foco no segmento de telecomunicações. O sinal mais claro disso, segundo ele, é que, do faturamento total de R$ 17,49 bilhões, R$ 10 bilhões foram provenientes da venda de celulares e apenas R$ 7 bilhões de equipamentos de infra-estrutura.

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