O brasileiro consumia na banda larga fixa uma média de 15,8 GB por mês em 2015, volume que deverá dobrar e chegar a 32,5 GB/mês em 2020, segundo previsão da Cisco em seu estudo Visual Networking Index (VNI) divulgado nesta terça, 7. De acordo com o levantamento, uma residência brasileira consome em média 41,6 GB/mês, passando de 86,9 GB/mês daqui a quatro anos. Vale lembrar que o estudo da fornecedora é utilizado por grandes empresas de consultoria e mesmo operadoras para efetuar suas projeções. E em plena discussão sobre franquias na banda larga fixa, é relevante notar que o brasileiro tende a dobrar o consumo médio mensal.
Considerando somente residências atendidas por algum tipo de conexão de fibra (FTTx), o consumo atual já é de 103,7 GB/mês. A projeção para 2020 é de aumentar até 181,8 GB/mês em média.
A média mundial é de 19 GB/mês por usuário, com previsão de chegar a 44 GB/mês – médias com "dispersão muito grande, dependendo de geografia e região", segundo o diretor de provedores de serviços da Cisco, Hugo Baeta. Por residência, a média é de 49 GB/mês, passando a 118 GB/mês em 2020. O estudo da Cisco ressalta ainda que a prática de franquias é "mais sensível" em serviço móvel, no qual grande parte do consumo passa de 2 GB/mês.
Revisão de franquias
Conforme compara o diretor de relações governamentais da Cisco, Giuseppe Marrara, a maioria dos países utiliza franquias. No entanto, ele observa, a tendência observada internacionalmente é a de aumento da quantidade de dados disponíveis para o consumidor por mês, até por conta do fenômeno de cord-cutting (fuga da TV paga para soluções over-the-top). "O que se tinha por média de data cap globalmente está sendo revista significativamente para cima na maioria das geografias", afirma. Ele lembra que as franquias antes eram altas e dificilmente atingidas, mas com o comportamento de consumo agora mais voltado ao vídeo OTT, as teles foram forçadas a revisar suas políticas.
Na opinião de Marrara, no Brasil deveria haver um estudo técnico para avaliar quanto cada "parcela social" consome na banda larga fixa, além de observar o impacto da experiência e consumo do dados do usuário."Acredito que a melhor combinação é ter liberdade para oferecer pacotes diferentes para atender às diversas necessidades, mas o mais importante é a competição, pois onde existe empresas competindo, se o cap não for suficiente, a operadora tem de rever (a prática) ou corre o risco de perder cliente." Mas ele adiciona: "A Cisco não se propõe a ter resposta, a gente espera que a Anatel, operadoras e provedores de conteúdo entrem em consenso para o que é melhor para o País".
Operadoras brasileiras
Para efeito comparativo, as franquias mensais que a Vivo propôs em abril (antes da cautelar da Anatel que impede a cobrança por tempo indeterminado) para implantar em 2017 para conexões xDSL variariam de 10 GB para banda larga popular (e 50 GB para conexões de velocidade 4 Mbps) até 130 GB para ofertas de 25 Mbps. Os planos para o serviço FTTH (ou FTTx, em alguns casos da antiga GVT) não chegaram a ter suas franquias divulgadas.
Na Oi, a franquia inicial é de 60 GB mensais para conexões de 2 Mbps; oferecendo menor franquia no plano mais caro: para 35 Mbps, a franquia é de 130 GB mensais. A Net, que sempre trabalhou com esse modelo, oferece a menor franquia inicial entre as operadoras (30 GB para o acesso de 2 Mbps) e a maior (500 GB para o acesso de 500 Mbps) entre todas as que utilizam esse modelo. A Live TIM é a única das grandes a não implantar limite mensal de consumo de dados.
Agora se o 'Posto Ipiranga' continuar à frente da Anatel, estaremos ferrados
O objetivo de franquia é frear o avanço da tv pela internet. Isso não vingará. Ocorrerá judicializaçao e as operadoras perderão.