O Conselho de Comunicação Social do Senado (CCS) promoveu um debate sobre a migração do IPv4 para o IPv6, com a participação do presidente do NIC.br, Demi Getschko; do conselheiro da Anatel, Rodrigo Zerbone e diretor do SindiTelebrasil, Alexander Castro. Segundo os palestrantes, a transição do IPv4 para o IPv6 depende do engajamento de todo os atores da internet e, enquanto não é feito, o País terá que conviver com o compartilhamento de endereços na web, o que dificulta a identificação do equipamento de onde foi cometido algum ilícito.
Segundo Castro, em caso de compartilhamento de IP, que vem sendo adotado desde junho deste ano quando o estoque de endereçamento se esgotou, é possível identificar o equipamento, desde que o provedor guarde o número da porta lógica. Ele afirmou que as operadoras de telecomunicações já fizeram os investimentos para a adoção do IPv6, que estará disponível para todos os usuários a partir de janeiro de 2016.
O conselheiro da Anatel, Rodrigo Zerbone, ressaltou a complexidade do processo e da dificuldade de engajamento por falta de enforcement. Ele disse que o governo, por exemplo, prevê a transição de suas redes de conteúdos só em 2018. Atualmente, afirma, 26% das redes já migraram para o IPv6, mas só 6% dos usuários têm equipamentos aptos à nova tecnologia. Zerbone disse que há ainda computadores, celulares e roteadores vendidos no varejo apenas na tecnologia IP versão 4.
Já o representante do CGI.br, Demi Getschko, a adoção do IPv6, que garantirá 340 undecilhões de endereços, é essencial para o desenvolvimento da internet das coisas.