A cadeia de produção alimentícia é muito ineficiente: 70% de todo o alimento produzido no mundo é desperdiçado desde o cultivo até chegar na mesa do consumidor. Para minimizar esse problema, a startup BeGreen uniu a paixão pelo meio ambiente ao sonho de melhorar a qualidade de vida das pessoas por meio da produção de alimentos frescos com menos poluição e zero desperdício.
A empresa, que surgiu em 2015 produzindo alfaces orgânicas comercializadas em supermercados e entregues em restaurantes de Belo Horizonte, lançará essa semana a primeira Fazenda Urbana da América Latina . Trata-se de um modelo inovador que reduz custos operacionais pela proximidade com os consumidores e aumenta a produtividade com internet das coisas. Utilizando uma área 20 vezes menor, a startup produz a mesma quantidade de alimento que uma fazenda convencional de 30.000 m², graças à tecnologia de sensores presente na estufa que, com ajuda de um software regula fatores como umidade, temperatura, PH, entre outros, e alcança o ponto ótimo para desenvolvimento da planta.
Além disso, a produção consome 90% menos água e sem emissão de gás carbônico, já que não há custos logísticos, pois os consumidores compram o alimento diretamente do local de produção. Essa inovação atraiu o mercado. Em 2016, a startup recebeu investimento da Liga Ventures – aceleradora que gera negócios entre startups e grandes empresas, e tem clientes como a Porto Seguro, Cisco, Embraer, AES Brasil, entre outros.
"É muito importante auxiliar startups com ideias inovadoras que contribuem para o avanço tecnológico e social. Este é o caso da BeGreen. Para a Liga Ventures, é uma ótima oportunidade para gerar negócios nesse setor", diz Rogério Tamassia, sócio-diretor da Liga Ventures.
BeGreen Boulevard
Em parceria com o Boulevard Shopping de Belo Horizonte (MG), a BeGreen Boulevard ocupará a área externa do shopping. De acordo com o CEO da startup, Giuliano Bittencourt, a BeGreen Boulevard ocupará uma área de até 2.700 m² e deverá produzir 40 mil pés de hortaliças por mês. "Nossa forma de cultivar realça o sabor e melhora a textura das hortaliças, sem utilizar nenhum químico nem agrotóxico na produção", explica. Isso acontece graças ao sistema inovador de aquaponia, que conjuga o cultivo de plantas à criação de peixes, cujas excreções servem para adubar as plantas, fechando um ciclo sustentável e sem poluentes.
Para este ano, a Startup BeGreen pretende lançar mais uma fazenda e concretizar um software de gestão de cultivo. "Nosso maior objetivo é mostrar que é possível unir tecnologia e sustentabilidade em prol da sociedade. Ter um negócio produtivo que vai gerar mais empregos, menos lixo, sem prejudicar o meio ambiente", ressalta Giuliano. Para viabilizar a expansão, a startup está com rodada de captação aberta para levantar R$ 500 mil de investimento seed.