Para algumas pessoas ainda não ficou claro quais são os objetivos de uma empresa, quem trabalha nas áreas meio, aquelas que suportam o funcionamento da companhia como: RH, TI, finanças, acreditam que suas atividades são as prioridades, afinal quem conseguiria viver nos dias de hoje sem a TI liberando seus sistemas ou sem os gráficos maravilhosos que apontam onde investir e o que economizar emitidos por finanças?
O conceito de como as áreas que suportam a operação da empresa é que tem que mudar, ter foco no cliente deve ser difundido e praticado por todos, aprender que o cliente interno é tão ou mais importante que o externo, afinal sem ele não existiria a empresa.
Muito se fala de foco no cliente de "time to Market", mas pouco se explica o porquê, e pra que isso, é muito simples entender e uma vez entendido com certeza facilitará as pessoas que trabalham sem foco no cliente mudar de opinião.
Quem nunca precisou de um serviço público e ficou indignado pela maneira pelo qual foi atendido com desleixo, pouco caso, é assim que se sente os clientes internos na empresa quando solicitam um serviço ou um produto de uma determinada área e não são atendidos com a urgência necessária, isso acontece simplesmente porque quem está deixando de atender não consegue entender que seu salário, seu crescimento profissional, e até sua motivação são oriundos dos seus clientes.
A mudança de postura tem que começar de dentro para fora, a implantação de centros de custos e lucratividade por área é um bom começo, ao invés de todas as áreas meio entrarem simplesmente como despesa no balanço das empresas entram como centro de receitas e necessitam dar lucro. Imagine como ficaria a área de TI se fosse medida pelo seu desempenho, economia e tempo de resposta para atender uma solicitação. E o RH, se pudesse cobrar por um hunting, mas que pudesse ser cobrado pelo seu desempenho?
As estruturas inchadas e improdutivas não só nos órgãos públicos mas em muitas empresas que são perpetuadas mudariam, se cada área tivesse que gerar receita e principalmente lucro, comercializando seus produtos internamente com outras áreas, certamente as pessoas entenderiam o que é fazer mais com menos, o reflexo dessa mudança seria rapidamente sentido na melhora da qualidade e na agilidade que as solicitações seriam atendidas.
O fato é que a concorrência está cada dia maior, os mercados internacionais perceberam que não é mais possível prestar atenção apenas no próprio umbigo e estão se reinventando, ganhando agilidade, reduzindo os custos e levando para seus clientes produtos e serviços com maior qualidade e menores preços.
As empresas do lado de cá dos trópicos só conseguirão voltar a crescer quando seus objetivos deixarem de ser a choradeira sobre os entraves governamentais, e for atender os negócios do cliente com a dedicação e qualidades necessárias.
Alberto Parada, co-fundador do Descomplicado Carreiras (Sistema de orientação de carreira), Colunista e Palestrante especializado em carreiras, atua há mais de 25 anos como executivo no mercado de tecnologia em empresas como: Sênior, IBM, Capgemini, Fidelity, Banespa, e mais de 12 anos como Professor Universitário no Lassu-USP FAAP e FIAP. Formação em administração de empresas e análise de sistemas, com especialização em gerenciamento de projetos e mestrando em Gestão de Negócios pela FIA, voluntário no HEFC hospital de retaguarda para portadores de Câncer.