O faturamento do setor eletroeletrônico no primeiro trimestre deste ano registrou queda de 4% na comparação com igual período de 2014. Descontada a inflação do setor, a queda real foi de 8%, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que não divulgou o valor consolidado do faturamento.
Com exceção de telecomunicações, que apresentou crescimento de 13%, os faturamentos das demais áreas foram inferiores quando comparados com o ano anterior. Entre as maiores quedas destacaram-se os segmentos de informática (-10%) e de GTD – geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (-9%).
O desempenho do segmento de telecomunicações ocorreu em função do crescimento de 2% do faturamento da indústria de equipamentos para infraestrutura e de 27% dos fabricantes de telefones celulares. No primeiro caso, o resultado foi influenciado pela reduzida base de comparação, uma vez que, no primeiro trimestre de 2014, o faturamento dessa indústria foi 18% inferior em relação a 2013. Portanto, os negócios desse segmento estão abaixo dos realizados dois anos atrás.
Já o crescimento do faturamento dos telefones celulares ocorreu em função da substituição dos aparelhos tradicionais por smartphones, cujos preços são mais elevados. Em unidades, porém, houve queda de 2% no mercado de celulares no trimestre — os smartphones representaram 92% desse mercado contra 68% no mesmo período do ano anterior.
Conforme dados do IBGE, a produção do setor eletroeletrônico no primeiro trimestre foi 15,4% inferior à realizada no mesmo período do ano passado, resultado das quedas da indústria elétrica de -2,7% e da indústria eletrônica -26,8%. Alguns fatores agravaram a retração da produção do setor, como no caso dos aparelhos de recepção, gravação e amplificação de áudio e vídeo, cuja base de comparação (1º trimestre de 2014), já estava sob a influência da Copa do Mundo de futebol, portanto, acima do que seria normal para o período.
Além desse setor, houve também a queda na produção da indústria de equipamentos de informática e periféricos, que, no primeiro trimestre do ano passado, contava ainda com o crescimento do mercado de tablets e que, neste ano, também passou a ter seu mercado retraído.