O pagamento do Fistel para terminais móveis instaladas a módulos de comunicação machine-to-machine (M2M) pelo mesmo valor cobrado para linhas de celulares é um obstáculo para o desenvolvimento desse mercado. Essa foi uma das principais reclamações de representantes do setor durante painel sobre o tema no 3º Forum Mobile+, realizado nesta quarta-feira, 8, em São Paulo. Algumas operadoras móveis já solicitaram à Anatel a redução desse tributo, mas ainda não receberam resposta da agência, informou o gerente de projetos especiais da Vivo, Wlamir Molinari.
Hoje, as teles pagam pelo Fistel duas taxas: uma de R$ 26 no ato da ativação da linha e outra de R$ 13 anual por cada assinante. Essas taxas são cobradas independentemente de a linha ser usada em um módulo M2M ou um smartphone de última geração. O problema é que a receita média gerada por usuário de um módulo M2M é menor até mesmo que aquela de clientes pré-pagos. Em média, cada módulo gera uma receita mensal em torno de R$ 10 e consome aproximadamente 400 kb por mês. Ou seja, no primeiro ano, são necessários quatro meses de operação do serviço para se pagar apenas o Fistel, isso sem contar ICMS e outros custos.
Mercado brasileiro
Apesar desse freio, o mercado M2M no Brasil vem crescendo ano a ano, e promete ser impulsionado em breve por projetos governamentais. Um dele é o S@t Fiscal em São Paulo, que substitui a impressora fiscal por um módulo GPRS que envia os dados diretamente para o Fisco. Outro é coordenado pelo Denatran e prevê a instalação de equipamentos de rastreamento em todos os carros fabricados no Brasil a partir de 2011. Há ainda a ideia de adoção de tornozeleiras com módulos M2M em presidiários durante os indultos, o que deve movimentar a venda de 20 a 25 mil equipamentos por ano.
Tais projetos atraíram uma série de fabricantes de módulos para o Brasil recentemente. Para 2010, a previsão é de que o mercado brasileiro registre cerca de 1,2 milhão de módulos M2M GPRS, prevê o presidente da Cinterion no Brasil, Marcelo Catapani. Em 2011, principalmente por causa do projeto do Denatran, esse número deve superar 6 milhões.
Hoje, a maioria das aplicações de M2M no Brasil são de banda estreita e usam apenas a rede GPRS. Porém, segunda Molinari, da Vivo, começam a surgir algumas demandas para uso de rede 3G em aplicações que envolvem transmissão de imagens.
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