Em entrevista a TI Inside Laerte Sabino, CEO da Icaro Tech, falou das diversas aplicações e os riscos associados ao uso de IA generativa no setor de telecomunicações. Ele abordou como essa tecnologia tem transformado operações e destacado os cuidados necessários para garantir sua governança.
De acordo com ele a IA generativa já está sendo amplamente utilizada em diferentes áreas operacionais, como atendimento ao cliente, detecção e resolução de problemas na rede, além de automação de comandos e implementação de novas configurações em equipamentos. "Os assistentes automatizados são, hoje, uma das principais aplicações da IA generativa no setor, facilitando processos repetitivos que dependem de informações precisas e padronizadas", disse.
Além disso, ele mencionou o uso de chatbots baseados em IA generativa, que, devido ao bom domínio da linguagem, conseguem oferecer respostas mais rápidas e precisas a uma ampla gama de perguntas, proporcionando uma experiência mais eficiente para os clientes. "O grande diferencial da IA generativa é que ela permite que as empresas façam o treinamento de seus modelos de maneira mais simples, com um maior volume de dados, respondendo a uma diversidade maior de intenções de conversa", explicou.
Riscos e precauções
Ao abordar os riscos da IA generativa, o executivo ressaltou a necessidade de uma governança robusta e de cuidados específicos para evitar problemas relacionados à segurança e confidencialidade dos dados. Ele destacou que, embora o setor de telecomunicações tenha experiência em lidar com governança e regulamentações, como as da Anatel, ainda existem demandas de especialização que precisam ser desenvolvidas. "A tecnologia é nova, e o setor de telecom, como muitos outros, terá que buscar especialização para gerenciar os riscos adequadamente", afirmou.
Sobre a vulnerabilidade que a IA generativa pode trazer para o setor, Laerte comentou que, apesar dos possíveis riscos aumentados, os benefícios superam as desvantagens. Ele alertou que a proibição do uso dessas tecnologias poderia levar a um uso indevido em plataformas públicas e inseguras, comprometendo a propriedade intelectual e a confidencialidade dos dados. "Nesse momento, a gente abriu a caixa de Pandora. Não adianta proibir o uso da IA generativa; é melhor criar uma governança clara e definir diretrizes para seu uso seguro", enfatizou.
Laerte também recomendou uma abordagem incremental para a adoção de IA generativa no setor de telecomunicações, começando com problemas mais simples e gradualmente avançando para casos de uso mais complexos. "Investir em tecnologia de forma incremental e controlada é a chave para garantir que a empresa ganhe maturidade antes de implementar soluções de maior visibilidade", sugeriu.