A quantidade de energia consumida por data centers está aumentando a uma taxa vertiginosa e o apetite mundial de eletricidade cresce em seu ritmo mais rápido em décadas, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), com os data centers contribuindo claramente para isso.
Ao longo dos últimos anos, os data centers demonstraram um consumo relativamente estável por energia, mesmo com maiores cargas de trabalho. Mas, à medida que o ritmo de ganhos de eficiência no uso de eletricidade diminui e a revolução da IA se expande rapidamente, um estudo feito pela Goldman Sachs Research revela que a demanda por energia dos data centers crescerá 160% até 2030 e as emissões de dióxido de carbono dos centros de dados podem mais que dobrar entre 2022 e 2030.
Nos dias de hoje, de 1 a 2% do consumo de energia total vem dos data centers – e esses números poderão crescer para 3 a 4% até o final da década. Essa maior demanda, ocorrida principalmente nos Estados Unidos e na Europa, ajudará a impulsionar o tipo de crescimento de eletricidade.
É fácil pensar em "sustentabilidade" em termos abstratos. Mas um data center é, afinal, uma parte da infraestrutura crítica. Torná-lo sustentável, em sua essência, torna-se um desafio de engenharia. Então, quais fatores precisamos levar em consideração ao projetar um data center sustentável?
A decisão de onde estará a infraestrutura tecnológica (on-premises, nuvem ou ambiente híbrido) pode ter implicações profundas. O on-premises pode dar à uma organização o controle máximo sobre sua infraestrutura, tanto fisicamente quanto em termos de soberania de dados, mas nessa modalidade de onde vem a energia?
Optar por arquiteturas de nuvem ou híbridas pode dar às organizações acesso à tecnologia de ponta projetada por operadores de data center especializados e provedores de hyperscale. Isso tanto em infraestrutura e gerenciamento de energia, quanto em termos de aplicações e serviços que eles fornecem. E, nessa opção, com os provedores de nuvem e de co-location, tem sido possível promover mais suprimentos de energia verde.
Aprofundando mais, as escolhas de arquitetura podem ter um grande impacto. A arquitetura de três camadas de servidores, armazenamento e equipamentos de rede, têm sido o padrão por décadas, mas está cada vez mais claro que ela apresenta alguns desafios específicos quando se trata de consumo de energia.
Ao combinar as camadas de servidor e armazenamento, a infraestrutura hiperconvergente (HCI) proporciona um corte drástico no consumo de energia e, por sua vez, reduz o consumo de resfriamento e instalações. Ela também pode proporcionar mais benefícios por meio da otimização de software. Isso cria uma equação complexa para líderes de tecnologia que buscam implementar infraestrutura de data center de alto desempenho e, principalmente, sustentável.
Dessa forma, vejo que fazer a mudança para uma arquitetura de data center mais sustentável é muito menos abstrata do que parece. Chegou a hora das empresas começarem a reconsiderar sua infraestrutura, mesmo que seja apenas para fornecer o desempenho necessário com objetivo de dar suporte à IA e outras aplicações exigentes. Além disso, está claro que a sustentabilidade será exigida por reguladores e governos e, cada vez mais, pelos usuários.
Marlon Menezes, engenheiro de Sistemas da Nutanix.