Dona de uma carteira na qual constam grandes empresas de setores que vêm sofrendo muito com a crise internacional, como de eletrônicos, máquinas e automóveis, a SolidWorks, fornecedora mundial de tecnologia para CAD 3D, também sentiu os efeitos da desaceleração econômica, o que levou suas vendas a caírem em relação aos anos anteriores.
Segundo Carlos Beato, diretor de vendas da SolidWorks para a América Latina, a menor demanda foi sentida nos últimos três meses do ano, principalmente em dezembro.
De acordo com o executivo, o mercado ainda está receoso quanto aos investimentos, devido à pressão psicológica da crise. Por esse motivo, ele avalia que este primeiro semestre do ano, especialmente nestes primeiros três meses, as vendas devem sofrer reflexo da crise. "Devido às incertezas, as decisões das empresas serão adiadas e o primeiro semestre será difícil", analisa.
Mas, apesar do atual cenário econômico, a SolidWorks vê uma grande janela de oportunidades para expandir os negócios. Uma das apostas da empresa é a integração do seu software de CAD 3D com as ferramentas voltadas para negócios, como ERP, BPM, BPO e BI. Para isso, ela pretende intensificar o contato com seus clientes neste período, para mostrar o valor agregado embutido na ferramenta e atrair vendas. "Essa é a nossa oportunidade. Mostrar como o nosso produto é um bom investimento para o corte de custos, e que se adequa à realidade atual das companhias", afirma Beato.
Na avaliação dele, neste momento as empresas estão em busca da redução de custos, eficiência operacional e processos mais ágeis, o que dá a empresa um diferencial competitivo. "A grande expansão do CAD 3D e suas funcionalidades nos deixaram em vantagem competitiva neste momento, principalmente em relação ao atual cenário, quando as empresas ficam mais sensíveis aos gastos", afirma.
O presidente da SolidWorks para o Brasil e Cone Sul, Oscar Siqueira, aponta que essa integração é necessária e representa uma demanda do mercado. "A forma de se vender CAD mudou. O foco das empresas está no retorno do investimento e no valor oferecido", analisa.
Na visão de Beato, devido justamente ao valor que as empresas enxergam no software da SolidWorks, as negociações de renovação de contrato não têm esbarrado na negociações de preços. Mas daqui para frente a tarefa será árdua, já que cerca de 80% dos clientes da empresa na América Latina são pequenas e médias (PMEs), as quais tendem a sentir mais os efeitos da crise e refrear os investimentos. "Mas acreditamos que na hora da compra elas irão avaliar a relação custo-benefício", revela Beato.
Como não vende diretamente aos clientes, as revendas serã parte importante da estratégia da SolidWorks. "Realizamos um intenso treinamento e capacitação com nossas revendas para elas ransmitirem aos clientes a importância de integração do CAD 3D com as ferramentas de negócios", revela Siqueira.
Atualmente a empresa conta com 39 revendas na América Latina, sendo 15 delas no Brasil, número que, segundo Beato, será ampliado neste ano.
O jornalista viajou a Orlando (EUA) a convite da empresa.