Nos últimos anos, o conceito de ESG (Environmental, Social, and Governance) se destacou como um dos principais critérios para avaliar o desempenho das empresas. Esses três pilares — ambiental, social e de governança — se tornaram cada vez mais relevantes para o mercado financeiro, impactando diretamente como investidores, acionistas e consumidores percebem as organizações.
Segundo a pesquisa Global da Ernest & Young, "Global Reporting and Institutional Investor Survey", 78% dos entrevistados apontam que os critérios do ESG devem ser aplicados aos negócios, mesmo que haja uma redução nos lucros a curto prazo. Tendo ouvido mais de mil líderes financeiros e 320 investidores, a pesquisa ainda ressalta que 99% dos investidores usam as informações sobre ESG divulgadas pelas empresas como parte de suas decisões de investimento.
Para Jennifer Chen, CEO da JC Capital e especialista em captação de investimentos, a integração desses critérios na estratégia empresarial não apenas atende às demandas crescentes da sociedade por responsabilidade, mas também pode gerar impactos positivos nos resultados financeiros das empresas — incentivando a competitividade no mercado. "Empresas que praticam ESG geralmente são mais valorizadas pelos investidores. Isso ocorre porque essas práticas são percebidas como indicadores de gestão sólida, mitigação de riscos e responsabilidade social", esclarece a especialista.
Com toda sua experiência no setor, Jennifer ainda ressalta que o ESG veio para ficar e nunca esteve tão presente na indústria de investimentos como agora. "É importante ressaltar o potencial do conceito como algo que veio transformar o mercado e vai deixar seu legado por muitos anos." Mas, afinal, o que são as práticas de ESG e como podem ser adotadas em uma empresa? Confira a explicação de Jennifer Chen, a seguir;
Os pilares ESG e seus impactos
Do inglês, Enviroment, Social e Governance, a sigla ESG representa um conjunto de diretrizes e melhores práticas voltadas a avaliar se uma empresa é socialmente consciente, sustentável e adequadamente administrada.
Conforme explica Jennifer, os critérios são utilizados para mensurar a responsabilidade de uma empresa e seus impactos positivos na sociedade. "Essas medidas devem ser integradas à estratégia e ao modelo de negócios das organizações, visando aplicar suas práticas e contribuir para a construção de um futuro melhor".
O pilar ambiental analisa a responsabilidade da companhia com o meio ambiente e a sustentabilidade em suas operações, como: a gestão de resíduos; políticas de desmatamento (caso aplicável); uso de fontes de energia renováveis pela empresa; e o seu posicionamento em relação a questões de mudanças climáticas.
Já a parte social avalia como a empresa gerencia a sua cultura organizacional, seu relacionamento com colaboradores, fornecedores, clientes e o seu impacto na sociedade como um todo. "Desde garantir o bem-estar e saúde dos funcionários (com seus devidos direitos respeitados), até desenvolver discussões quanto à equidade de gênero e racial, políticas de inclusão e de combate ao etarismo", afirma.
Por fim, mas não menos importante, os critérios da governança são responsáveis por identificar como é o relacionamento entre sócios, conselho de administração e diretoria. Essa avaliação é feita a partir de como a empresa atende aos interesses dos funcionários, acionistas e clientes; sobre a entrega de relatórios completos e honestos; sobre sua transparência financeira e como gerencia seus projetos e equipes.
Por que investir em ESG em 2024?
O relatório "Panorama 2024" da Ancham Brasil, responsável por listar as 10 principais tendências para o mercado corporativo, elencou a sigla ESG em segundo lugar — perdendo apenas para o impacto da Inteligência Artificial.
No entanto, muito mais que uma tendência, o mercado já está agindo baseado nos critérios de ESG, investindo em empresas que já praticam. Pensando nisso, a especialista listou alguns dos principais benefícios que a adoção das práticas ESG pode trazer para o seu negócio, confira:
Qual é a contrapartida do ESG como investimento?
Segundo a especialista, a contrapartida de adotar os critérios do ESG é que se trata de um investimento de médio a longo prazo. "É importante que as empresas entendam que este tipo de investimento é algo que vai sendo construído em etapas e não vai trazer resultados de uma hora para outra. No entanto, é uma decisão que vai trazer muitos benefícios no futuro."
Jennifer ainda explica que o mercado está a todo vapor e, praticamente, em todos os meses estão sendo lançados programas de investimento para ESG — tanto para crédito privado, crédito nacional e internacional. "Através da adoção desses critérios, é possível alcançar uma prosperidade duradoura, capaz de resistir aos piores desafios e contribuir para a construção de um futuro mais sustentável", conclui.