O CEO da Cisco, John Chambers, atacou a fabricante chinesa de equipamentos de telecomunicações Huawei, considerada hoje a principal concorrente da companhia no mercado de dispositivos de rede. Embora não tenha citado especificamente nenhuma prática anticompetitiva da empresa, o executivo disse, em entrevista ao The Wall Street Journal, que a Huawei "não segue as regras" de mercado, principalmente no que diz respeito a patentes e segurança de redes. Chambers completou que, "ao contrário da Huawei, sua empresa tem a confiança de governos em todo o mundo".
O vice-presidente de relações exteriores da Huawei, William Plummer, respondeu ao jornal americano com diplomacia. "Os comentários são infelizes. A Huawei tem grande respeito pela Cisco e, assim como ela, a Huawei conquistou confiança e respeito em 140 mercados onde realizamos negócios, apoiando mais de 500 operadoras de telecomunicações e conectando quase um terço da população mundial", defendeu. "Ao contrário de algumas sugestões, como uma líder global de comunicações e informações, com mais de 50 patentes registradas em todo o mundo, a Huawei tem uma forte história de respeito de direitos de propriedade intelectual", completou Plummer.
A questão veio à tona após a Huawei ter sido desclassificada de uma licitação na Austrália por suspeitas de práticas ilegais de negócio e desvio de informações estratégicas para o governo chinês. Chambers esclareceu na entrevista ao jornal americano que não faz ligação da Huawei com as políticas de seu país de origem – onde a Cisco mantém diversas operações e negócio. "Não interpreto a Huawei como a China", disse o executivo.
A fabricante chinesa já foi notificada algumas vezes nos Estados Unidos, com questionamentos sobre a transparência e segurança de suas operações, principalmente por ser ligada ao governo chinês. Com mais este incidente, analistas dizem que cresce desconforto latente entre as companhias e a rivalidade no mercado de telecomunicações.