Com US$ 6 milhões para investir, chinesa CDC inicia operação no Brasil

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Com uma estratégia de crescimento que classifica como gradual, lenta, porém consistente, a fabricante chinesa CDC Software anuncia nesta semana a chegada ao Brasil. O investimento inicial da empresa no país será de US$ 6 milhões e a meta é que a operação local responda por cerca de 5% a 10% da receita do grupo no prazo de três anos. Para ganhar espaço no mercado nacional, a companhia pretende aportar no país por intermédio de empresas multinacionais que possuam operações locais e componham a sua carteira de clientes. O passo seguinte, conforme explica o executivo-chefe (CEO) da CDC, Peter Yip, será buscar empresas 100% brasileiras.
A estratégia da empresa para alcançar esse objetivo será desenvolver rapidamente o canal de vendas por meio da compra de participações minoritárias, de até 10%, em revendas nacionais. Dessa forma, diz Yip, a CDC poderá dar garantia que seus parceiros também crescerão. Ele conta que passou nove meses no ano passado negociando com dez canais de vendas para chegar a dois possíveis parceiros, cujos nomes ele ainda não pode revelar.
De acordo com o CEO, o plano inicial no mercado brasileiro será comercializar apenas os portfólios de software de relacionamento com clientes (CRM) e aplicativos para chão de fábrica. O alvo são as médias empresas dos setores financeiro, automobilístico e de telecomunicações. "As grandes corporações já são um mercado consolidado, por vezes conservador", argumenta Yip, ao observar que, com faturamento anual médio de US$ 500 milhões, a CDC não teria condições de desembarcar no país e já enfrentar empresas como Oracle, Microsoft e SAP.
Yip descarta a possibilidade de aquisições de empresas no Brasil no momento. A justificativa é que existe uma "demora até se atingir receita suficiente em uma nova operação" para esse tipo de empreitada. Mas ele adianta que, no médio prazo, pretende ir às compras, o que deverá ser feito em sociedade com outra companhia ou com algum fundo de investimentos.
O executivo reconhece a dificuldade de entrar no Brasil, ao dizer tratar-se de "um mercado complexo, com muitas particularidades". Mas ressalta que a estratégia é de longo prazo. Ele acredita que a operação brasileira não deve demorar a ultrapassar algumas europeias, como a britânica e a espanhola, e se consolidar como uma das dez maiores subsidiárias da CDC. "Mas é preciso paciência. E nós somos pacientes; somos chineses, temos 5 mil anos de história, podemos esperar mais alguns", conclui Yip.

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