A informatização do registro de ocorrências criminais nas delegacias policiais é fundamental para a prevenção de crimes futuros, mas ainda é pequeno o número de estados brasileiros que dispõem da tecnologia necessária para esse serviço. A conclusão é de pesquisadores, gestores públicos e policiais brasileiros e estrangeiros que participaram do 18° Simpósio Internacional sobre Criminologia de Ambientes e Análise Criminal, em Brasília.
De acordo com os participantes do simpósio, que terminou nesta sexta-feira, 10, os departamentos policiais na maior parte do país não têm informações precisas no levantamento de boletins de ocorrência, porque ainda não foram feitos os investimentos necessários na tecnologia apropriada, nem foram capacitados profissionais em número suficiente para lidar com ferramentas informatizadas.
Segundo Alex Canuto, técnico da Secretaria Nacional de Segurança Pública e um dos organizadores do simpósio, isso impede a polícia de realizar uma análise espacial do crime no país. "Precisamos criar a cultura da informatização na polícia. Em muitos estados, a polícia ainda lida com os casos de crimes oralmente, não tomando nota deles", disse o técnico.
Canuto ressaltou que, quando há informações criminais catalogadas e informatizadas nas delegacias policiais, há precisão no levantamento de boletins de ocorrência, que torna possível a criação de um mapa de "mancha criminal" – um mapeamento que indica os locais e situações onde cada tipo de crime ocorre com mais frequência.
Na opinião de Alex Canuto, isso fornecerá elementos para planejar melhor as políticas de segurança pública no país. "Permitirá executá-las com mais rapidez e mais precisão", afirmou.
A informatização dos registros criminais é uma das propostas que os organizadores do simpósio pretendem encaminhadas para discussão na 1° Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg), de 27 a 30 de agosto, em Brasília. As informações são da Agência Brasil.
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