A NComputing, fornecedora de soluções de software e hardware para virtualização de desktop, está planejando a construção de uma fábrica de equipamentos no Brasil. A unidade, cujo valor investido não foi divulgado, será a primeira da América Latina e tem como objetivo atender a demanda de toda a região. A NComputing possui uma única fábrica, na Coreia do Sul.
De acordo com o vice-presidente e gerente geral da NComputing para as Américas, Stephen Halland, o objetivo é reduzir os custos das operações, em especial no Brasil, devido aos altos impostos de importação. “Como também trabalhamos com bens finais, o valor de importados é elevadíssimo. Conforme nossa atuação se consolidou, depois de quase dez anos no mercado, vimos que a produção local é essencial para nos tornar ainda mais competitivos”, explicou o executivo.
Para isso, a companhia preferiu negociar com uma empresa terceira a instalar sua própria construção. “Já estamos em negociações avançadas e esperamos um anúncio até o fim do ano”, completa. Embora a cidade na qual ficará a unidade não esteja definida, Halland estima uma economia de 75% para a empresa, o que permitiria preços mais baratos.
O diretor comercial da NComputing, Edson Bucci, explica que o plano foi só possível após uma intensa parceria com os canais e revendas. “Sabemos que a possibilidade de fabricação local é sempre bem-vinda, e está diretamente atrelada ao volume. Atingimos essa maturidade e detectamos a necessidade da produção local”, complementa. Segundo ele, a fábrica atuaria como um hub para toda a região. A previsão para atuação é até o fim do ano que vem.
Os negócios da NComputing em todo o mundo são focados nos setores de educação, pequenas e médias empresas e, principalmente, projetos ligados ao governo. No Brasil, embora existam alguns projetos, a atuação junto a órgãos públicos é considerada pequena frente à experiência internacional. A estratégia da companhia para reverter esse quadro é a recente parceria com a Citrix, possibilitada após Raj Dhingra assumir o cargo de CEO. Anteriormente, ele ocupava a vice-presidente da fabricante de software.
De acordo com os executivos, o objetivo é trabalhar a marca e treinar revendas sobre os conceitos de virtualização. “Conversamos com clientes, principalmente de pequeno e médio porte, e notamos a falta de conhecimento sobre a tecnologia. Essa é a maior dificuldade para fechar negócio”, revela Bucci.
Halland ainda conta que a empresa atualmente investe de US$ 300 mil a US$ 400 mil no mercado brasileiro, que representa hoje 10% do faturamento da região das Américas. “Entendemos o potencial do Brasil pelo cenário econômico atual, e com certeza o investimento aumentará nos próximos anos”, garante o vice-presente.