HP aposta em workstations para fazer frente à retração nas vendas de PCs

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A HP aposta no mercado de computação de alta performance (HPC na sigla em inglês), mais especificamente na sua linha de workstations, para fazer frente à retração nas vendas de computadores pessoais, causada principalmente pela desaceleração econômica dos mercados da Europa e dos Estados Unidos. Desenvolvidas para aplicações que fazem uso intenso de elementos gráficos, as estações de trabalho HPC serão o foco da fabricante nos próximos anos, segmento que vem registrando crescimento acima da média do mercado.

"Uma das oportunidades acontece à medida que algumas companhias que usam sistemas de três ou quatro computadores ligados a um servidor, executando a mesma tarefa, trocam as máquinas por uma workstation completa de alta performance", exemplifica Ron Rogers, diretor sênior de desenvolvimento de produtos e soluções comerciais da HP Corp. Segundo ele, os clientes "sempre terão novas demandas" para serem entregues, por isso há necessidade constante de atualização de máquinas e equipamentos.

De acordo com dados da IDC, a HP lidera o mercado mundial de workstations há dois anos, tanto as baseadas em desktops quanto em laptops. Somadas, as duas categorias devem responder por  47,9% de market share da companhia neste ano. Ao todo, a HP deve embarcar 2 milhões de unidades, o que ainda a manterá à frente da Dell, a segunda no ranking de workstations, com 36,8% de participação de mercado.

Nas Américas, segundo a consultoria, a concorrência com a Dell é ainda mais acirrada. As duas fabricantes vêm se alternando nas primeiras posições desde o primeiro trimestre do ano passado. No segundo trimestre deste ano, a HP terminou à frente com 45,1% de participação de mercado, contra 42,1% da Dell.

Os mercados-alvo da HP com a linha de workstations são as áreas de engenharia de precisão, petróleo e gás, mineração, aviação, medicina de imagem, design de produtos e de entretenimento, como os grandes estúdios, que necessitam de elevada capacidade de processamento gráfico para o trabalho com animação e imagens digitais. Nesta área especificamente, a HP concorre diretamente com a Apple. "Os Macs fazem parte de uma cultura de inovação. Ao realizar testes comparativos, contudo, vemos que as nossas workstations têm melhor performance, com mais rapidez, fidelidade de cores e processamento, sem prejudicar o andamento do vídeo", afirma o especialista da HP, Dan Bennett, que realizou algumas demonstrações no laboratório da companhia, sediado em Fort Collins, no Colorado.

P&D e preços competitivos

A HP diz que a estratégia para atacar o mercado de workstations será a união dos resultados da área de pesquisa e desenvolvimento a preços competitivos. A companhia mantém uma grande estrutura no laboratório do Colorado, mas não revela investimento anual no desenvolvimento desses equipamentos. Segundo a HP, os padrões de qualidade seguem determinações do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, incluindo exposição a extremas variações de temperatura e umidade, além de precisão química, física e eletromagnética para garantir que os computadores funcionem mesmo com situações adversas de transporte e clima.

Além disso, a área de workstation possui certificações de fabricantes de software, como Adobe e Dassault Systèmes, por exemplo, para garantir que os equipamentos sejam totalmente compatíveis com as demandas dos consumidores. Os computadores operam majoritariamente com o sistema operacional Windows, da Microsoft, mas também são compatíveis com Linux. De arquitetura x86, da Intel, utilizam placas de vídeo da NVidia. "Além de testar nosso hardware, realizamos procedimentos com equipamentos de parceiros para garantir total entendimento de problemas detectados em nossos clientes", afirma Jeff Woods, diretor de marketing de produto de workstations.

Vale lembrar que a HP está passando por uma ampla reestruturação de suas operações. E, apesar das más notícias, como a demissão de cerca de 30 mil funcionários, a CEO da companhia, Meg Withman, garantiu a manutenção do orçamento de P&D para os próximos anos, apostando em soluções de alto nível. Por isso, as workstations se encaixam nessa estratégia de produtos.

Perspectiva regional

"Na América Latina, estimamos que 2,2% dos PCs sejam workstations. Isso demonstra o potencial que a região representa para a HP", ressalta Antonio Toro, gerente de negócios de workstations para as Américas da HP. Ele explica que os principais setores que empregam esse tipo de equipamento são as áreas de óleo e gás, mineração e educação. Os principais clientes da HP na região são a Petrobras, o maior cliente em toda a região, Vale, Embraer e Fiat.

De acordo com Toro, algumas companhias da região enfrentam problemas ao adquirir PCs simples para uso de aplicações que exigem alta performance. "O desafio se apoia no trabalho de conhecimento. Buscamos convencer de que temos computadores robustos que respondem às exigências dos negócios", afirma. "O Brasil é um bom exemplo de como estamos posicionados no mercado. Apesar de termos 54% de market share, ainda há muito a crescer pela baixa penetração no total de PCs corporativos", finaliza Toro.

A jornalista viajou aos EUA a convite da empresa.

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