O crescente registro de informações relacionadas às transações das vendas, hábitos, preferências e expectativas do consumidor dá fôlego para o desenvolvimento de uma nova área: o Data Science. Trata-se por definição, do uso de tecnologias e métodos para análise de grandes conjuntos de dados que apoiam as tomadas de decisão de negócio. A quantidade massiva de informações geradas nos sistemas de gestão internos e outras disponíveis na internet podem ser aproveitadas por empresas de qualquer segmento para atender melhor os clientes, o que significa vantagem competitiva. Essa oportunidade pode ser aproveitada até por pequenas e médias empresas, ressalta o diretor da Murabei Data Science, Eugenio Caner.
"Toda atividade empresarial gera hoje uma hiperdigitalização da informação, o famoso Big Data, as vezes apenas como registro comprovatório ou burocrático, mas que podem ser tratados e usada para otimizar decisões", explica. "Acreditamos que da mesma maneira que o computador chegou como ferramenta indispensável ao pequeno negócio, vão chegar também os métodos analíticos, atualmente somente disponíveis para as grandes firmas", prevê.
Segundo a Stratecast, empresa que opera as práticas globais de big data da Frost & Sullivan, o mercado mundial de big data, analytics e business intelligence vai crescer 12,7% anualmente e movimentar 40 bilhões de dólares em 2017. No mercado brasileiro, deve atingir quase 1 bilhão de dólares em 2018, projeta o estudo Insights into Big Data and Analytics in Brazil, também da Frost & Sullivan. Para Caner, esse crescimento pode gerar muitas oportunidades às pequenas e médias companhias. Uma das utilizações comuns, por exemplo, é o mapeamento de hábitos de consumo para traçar estratégias comerciais mais efetivas.
"Analisando os dados com modelos matemáticos é possível fazer previsões das vendas e do fluxo de caixa, ganhando poder de antecipação nas compras e administração dos custos. É possível também medir a sensibilidade dos preços permitindo uma precificação dinâmica e evitando canibalização da receita", exemplifica. "Com a análise dos perfis de compra dos clientes é possível identificar segmentos lucrativos e propensos a interagir com a empresa, desenvolvendo ações de marketing mais eficientes. Analisando o entorno do mercado e as características da empresa é possível medir o potencial da mesma e o grau de ineficiência, permitindo abordar os problemas concretos com uma visão econômica."