Telefônica perde base e receitas em 2009

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O balanço da Telefônica, divulgado nesta quinta, dia 11, mostra que a operadora, em 2009, ficou em ponto morto em relação ao seu desempenho operacional e retrocedeu em relação ao seu desempenho financeiro. O número de maior destaque da empresa foi o crescimento de apenas 3,2% na base de usuários de banda larga, que fechou dezembro com 2,636 milhões de clientes. No setor de TV por assinatura, a operadora cresceu praticamente a mesma coisa. Chegou a 486,6 mil clientes, o que é 3% a mais do que tinha em 2008. E no setor de telefonia fixa, a queda de base foi expressiva. A Telefônica perdeu 422 mil clientes, ou 4% da base, e fechou o ano com 11,46 milhões de usuários. Os resultados operacionais se refletiram no desempenho financeiro: a receita bruta foi de R$ 23,1 bilhão, um crescimento de 0,6% em relação ao mesmo período de 2008, mas a receita operacional líquida totalizou R$15.8 bilhões no ano, contra R$ 15,88 bilhões em 2008. O lucro líquido da Telefônica também caiu para R$ 2,17 bilhões, contra R$ 2,42 bilhões em 2008, uma queda de 10,2%. O EBITDA da empresa em 2009 foi de R$ 5,876 bilhões no ano, contra R$ 6,555 bilhões em 2008. Com isso, a margem caiu de 41% para 37,2%.
Entre os diferentes serviços da operadora, só apresentaram receitas maiores em 2009 em relação a 2008 os serviços de transmissão de dados e a longa distância nacional. O investimento total feito pela Telefônica em 2009 foi de R$ 2,2 bilhões, segundo o balanço, que discrimina, por subsidiária, um montante de R$ 1,5 bilhão.
Turbulências e competição
A Telefônica aponta diferentes fatores para o desempenho de 2009. A suspensão da venda do Speedy e a crise econômica são, obviamente, os principais elementos para justificar os resultados, mas não os únicos. "No caso específico de São Paulo, destaca-se a intensificação da atuação de operadores de TV por assinatura no setor de telefonia fixa. Além disso, o mercado brasileiro segue atraindo investidores externos, destacando-se, este ano, a entrada de um novo grande player multinacional no mercado brasileiro através da aquisição de uma operadora fixa entrante", diz a empresa no balanço encaminhado à CVM.
"Em 2009, as operadoras móveis, que anteriormente representavam uma ameaça restrita aos serviços de telefonia fixa, canibalizando acessos e tráfego de voz, consolidaram suas ofertas de Banda Larga através da rede de terceira geração (3G), se mostrando aptas a ofertarem serviços integrados de telefonia e internet. No âmbito regulatório, o ano de 2009 foi o primeiro ano completo da portabilidade numérica, que havia se iniciado no final de 2008, permitindo ao setor de telecomunicações fazer um balanço de seus impactos. O resultado deste processo para a Sociedade foi um leve aumento no cancelamento de linhas fixas, sendo que os impactos mais relevantes foram observados na telefonia móvel", conclui.
Sobre as perspectivas para 2010, a empresa diz que está "bastante otimista com previsão de retomada dos índices de crescimento similares dos anos anteriores à crise econômica de 2009" e que "com a apreciação da moeda local o setor enfrentará uma menor pressão sobre gastos com equipamentos importados". A tele acredita ainda que a intensidade da competição se manterá alta em 2010. "A concorrência tem expandido sua cobertura geográfica e constantemente aprimorado seu portfólio de produtos com ofertas diferenciadas, como, por exemplo, Banda Larga de altíssima velocidade. Além disso, as operadoras de telefonia móvel deverão ser cada vez mais competitivas, já que com a desaceleração das taxas de crescimento de sua base de clientes, elas buscarão novas fontes de receita, principalmente em serviços de dados (messaging e banda larga)". Em relação à sua própria estratégia, a Telefônica diz que pretende "acelerar sua atuação para liderar a captura do crescimento de mercado, através da valorização da telefonia fixa, propostas convergentes de banda larga e dados", e que "o foco em banda larga se baseará em ofertas mais segmentadas e integradas com os demais produtos". A Telefônica destaca ainda a oferta de "produtos sobre fibra óptica, que inclui portfólio competitivo de alta velocidade, novos serviços de valor agregado, tais como modem Wi-Fi, serviço de suporte, instalação e configuração de pacotes de voz flat fee e IPTV".

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