O Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), divulgou nesta segunda, 11, estudo qualitativo sobre uso de TICs em escolas brasileiras. O levantamento, feito em 12 escolas públicas do Paraná, Pernambuco e São Paulo a durante quatro anos a partir de 2010, indica problemas na infraestrutura oferecida às escolas, o que acabaram “impossibilitar o funcionamento pleno e, em consequência disso, o uso e a apropriação das TIC nesses estabelecimentos”.
O relatório diz que a qualidade da banda larga oferecida é uma das principais dificuldades. “Para além da velocidade de conexão, a estabilidade das redes é um elemento que merece atenção das políticas de informatização de escolas”, ressalta.
Mesmo a oferta de acesso alternativo é complicada. Várias escolas chegaram a receber tablets e notebooks com base na política de informatização e no modelo de um computador por aluno (1:1). No entanto, como ressalta o Cetic.br, o uso de celulares ainda é restrito em muitas escolas, que também restringem acesso às redes Wi-Fi.
Na conclusão da pesquisa, o Cetic.br afirma que o principal obstáculo para implantação da infraestrutura está na adequação da escola às características dos programas governamentais. “Como as ações são pré-formatadas, muitas vezes não levam em conta as especificidades dos professores em termos de capacitação e as necessidades e características das instituições, como o fato de elas não possuírem estrutura física e técnica para a instalação dos equipamentos, por exemplo.” Há problema também na quantidade insuficiente de equipamentos para alunos, falta de manutenção e atualização de software e aplicativos.
Segundo dados do sindicato de empresas de telecomunicações Sinditelebrasil referentes ao terceiro trimestre de 2015, as operadoras concessionárias atendem com banda larga gratuita a mais de 66 mil instituições públicas de ensino fundamental e médio por meio do programa Banda Larga nas Escolas. O programa foi lançado há exatos oito anos, em abril de 2008, por meio do Decreto nº 6.424 que altera o Plano Geral de Metas para a Universalização do Serviço Telefônico Fixo Comutado Prestado no Regime Público – PGMU (Decreto nº 4.769), e as operadoras precisam oferecer sem ônus conexão a todas as escolas públicas urbanas, incluindo manutenção de serviços, até 2025. O programa tem gestão conjunta com dos Ministérios da Educação (MEC), das Comunicações, e do Planejamento, além das secretarias de educação estaduais e municipais e a Anatel.