Quando a M.Officer iniciou o processo de desenvolvimento de parceiros para outsourcing de TI, há cerca de oito meses, não imaginava que levaria para a área de tecnologia a mesma marca que a caracterizou no mundo da moda: inovação. O processo coordenado pelo CIO da companhia, Jair Lorenzetti, culminou na criação de um novo modelo de relacionamento e gestão.
A busca por novos parceiros para terceirização começou no final de 2006, com a chegada de Lorenzetti à empresa. Até então, a M.Officer trazia em seu DNA o gene do desenvolvimento interno de aplicativos de negócio.
Mas o crescimento da operação e a abertura de lojas da marca internacional Carlos Miele no exterior tornaram este, um ponto defasado da companhia. ?Com a minha entrada, iniciamos o processo de escolha de parceiros com habilidade comprovada na área de TI, que assumissem o desenvolvimento e a manutenção destes aplicativos?, lembra o executivo.
Foi em meio a esta selação que a M. Officer iniciou a parceria com a Consulters, empresa especializada em processos de outsourcing de service desk e sistemas legados. De acordo com Lorenzetti, a relação começou com um contrato de terceirização de suporte de help desk para as lojas. ?Contamos com integração online, o que tornou bem mais acessível o suporte ao usuário. Há, inclusive, um ramal específico para realizar o atendimento?, explica.
Com o tempo, a parceria entre as empresas evoluiu também para a terceirização total do PDV, software de frente de loja, desenvolvido pela equipe da M. Officer. Durante este processo, a Consulters se inteirou do conceito e da funcionalidade deste aplicativo, que foi incorporado ao pacote de terceirização de manutenção.
?O software estava em sua segunda versão e havia necessidade de manutenção e desenvolvimento contínuos. Como a Consulters já tinha bastante experiência, pôde assumir a seqüência do projeto, cabendo à M.Officer representar a curva de experiência do produto?, lembra Lorenzetti.
Percebendo o potencial de negócios, as empresas foram além. E foi exatamente neste momento que a relação das companhias ampliou ainda mais: a Consulters assumiu a manutenção e o desenvolvimento do produto, incluindo a possibilidade de comercializá-lo para terceiros.
Para isso, a integradora criou uma divisão de retail, que assumiu o processo de comercialização. ?Eles venderão o produto e a M.Officer terá um percentual sobre cada licença comercializada?, ressalta Lorenzetti, que não revelou os valores envolvidos no acordo.
Com algumas mudanças realizadas pela Consulters, o PDV deu origem a outro produto, que será anunciado em breve pela Consulters. ?Como estávamos iniciando o processo de desenvolvimento, repassamos apenas o know-how. Agora, todo o desenvolvimento será feito na Consulters e o novo produto será deles?, explica o executivo, lembrando que, neste caso, a M.Officer não terá participação nas vendas.
Para Lorenzetti, além de ser um típico ?ganha-ganha?, o novo modelo só trouxe benefícios para a M.Officer, que passou a contar com aplicativos mais eficientes e de melhor qualidade. ?Nosso foco é moda. Produzimos e vendemos moda e a Consulters tem competência e escala para o desenvolvimento e manutenção de sistemas?, afirma Lorenzetti.
O executivo ressalta que, na prática, a M.Officer conta hoje com sistemas mais estáveis e eficazes, com aplicativos extremamente funcionais e ágeis à disposição de seus clientes, tanto internos quanto externos. O processo também proporcionou redução de custos na área de TI, uma vez que boa parte da equipe de desenvolvimento foi absorvida pela Consulters.
Lorenzetti reconhece que ainda existe um resíduo de desenvolvimento e manutenção interna, mas diz que isto deverá mudar nos próximos meses. ?Estamos em meio ao processo de aquisição de um ERP e tudo findará quando este for implementado. O estágio de seleção está adiantado e estamos decidindo entre três fornecedores, um declasse mundial e dois verticais?, diz.