Pressionada nos últimos tempos por acionistas, que cobram estratégias para que a empresa se reerga no mercado e reverta a queda no preço das ações — que perderam mais da metade do seu valor desde 2007 —, a NCR anunciou nesta quinta-feira, 12, que o Blackstone Group vai injetar US$ 820 milhões na companhia, depois que a tentativa do fundo de investimentos de comprar a fabricante de equipamentos e sistemas de autoatendimento (ATMs) fracassou.
A NCR disse que planeja usar o investimento da Blackstone, que passará a ter uma participação de cerca de 17% na companhia, para recomprar até US$ 1 bilhão de suas ações. O acordo entre as empresas está previsto para ser concluído no início de dezembro, segundo o The Wall Street Journal.
A Blackstone vai receber ações preferenciais conversíveis, que pagam um dividendo de 5,5% — as ações preferenciais conversíveis em ações regulares foram precificadas em US$ 30. A empresa também terá direito a dois assentos no Conselho de Administração da NCR.
Em junho, o Blackstone Group se uniu ao fundo de investimentos Carlyle Group e fez uma oferta de compra à NCR superior a US$ 10 bilhões, cifra que incluía a dívida de mais de US $ 3 bilhões que seria assumida pelas empresas a partir de setembro. Se confirmada, a transação seria a maior do ano até agora no mercado norte-americano.
Fundada em 1884, a NCR tem enfrentado dificuldades devido à queda na demanda dos varejistas por suas soluções, visto que muitos estão trocando os tradicionais equipamentos de ponto-de-venda por dispositivos de pagamento móvel. Mas o fundo Blackstone aposta numa retomada dos negócios da empresa, principalmente dos softwares que equipam os quiosques que aceitam pagamentos móveis e de autoatendimento em muitas redes varejistas.
Ações da NCR fecharam a quarta-feira, 11, cotadas a US$ 26,78, o que dá um valor de mercado à empresa de US$ 4,5 bilhões. Na manhã desta quinta-feira, os papéis da companhia operavam com ligeira alta, de 0,63% às 10h31 (no horário local), negociados a US$ 26,94 na Bolsa de Nova York.