Para o Brasil conseguir se tornar uma alternativa em outsourcing de TI à Índia, China e outras países emergentes mais afetados pela crise financeira será preciso investir em nichos de especialização ainda pouco explorados pela concorrência.
A afirmação é de Peter Bendor-Samuel, CEO da consultoria Everest Group. Segundo o executivo, outra porta que pode se abrir são a das instituições financeiras que estão procurando alternativas para reduzir os riscos de concentração de fornecedores na China e Índia. Para essas organizações, o Brasil pode ser uma opção, segundo ele.
Bendor-Samuel afirmou que é fundamental para o Brasil fortalecer sua imagem no mercado mundial de outsourcing com algum tipo de diferencial que atraia empresas internacionais, já que o país dificilmente conseguirá entrar na disputa de preços. O consultor diz que a crise econômica mundial teve impacto no segmento de outsourcing. "Todos os grandes mercados estão repensando e mudando sua atuação nesse setor para se adaptar à nova realidade", disse.
Entre as nudanças de comportamento nas corporações, Bendor-Samuel destacou a aceleração significativa da recessão e, consequentemente, da contenção de gastos com o cancelamento de projetos em andamento, sem que se criem novos; a redução do quadro de funcionários, principalmente daqueles envolvidos em projetos de outsourcing e o fato das empresas enfocarem em projetos de menor porte, menos onerosos e que de preferência tragam diminuição de custos para a empresa. Além disso, o executivo também observou que a negociação de contratos com prazos de pagamento maiores é outra mudança causada pela crise no mercado.
A atual tendência no mercado de outsourcing aponta para a redução do número de fornecedores por parte das empresas, que exigirão a execução do mesmo volume de trabalho com menos recursos. Mesmo diante desse quadro, Bendor-Samuel avalia que "há espaço para fornecedores capazes de criar alternativas que garantam sua manutenção na carteira de seus clientes ou na conquista de novos".
- Oportunidade potencial