A América Latina, especialmente o Brasil, deve se tornar um dos principais focos para a indústria mundial de TI em meio ao cenário de desaceleração econômica, já que os países da região se transformaram em economias mais vigorosas, estáveis e competitivas. Portanto, são neles onde estão as maiores chances de expansão.
A avaliação é Donald Feinberg, vice-presidente de pesquisas do Gartner. "A América Latina ainda é um mercado pequeno, mas que está em alta, em um momento que o restante do mundo está em maus lençóis. Em algumas tecnologias a região tem potencial de crescer aceleradamente e superar o restante do mundo", afirma.
Estudo do Gartner aponta que enquanto os gastos com TI na América Latina devem crescer 2,1% neste ano, no mundo devem aumentar apenas 0,16%. Somente no segmento de software, enquanto os investimentos das empresas nas demais regiões do mundo cairam 1,5% no primeiro trimestre, no mercado latino-americano eles cresceram 2%.
A previsão da consultoria é que o mercado de software na região deve saltar dos US$ 5,4 bilhões em 2007 para US$ 9,6 bilhões em 2013, dos quais o Brasil deve representar 40%. Com isso, a indústria brasileira de software deve saltar cerca de 10% nos próximos cinco anos.
De acordo com Feinberg, as empresas estão direcionando o foco de negócios para o Brasil em detrimento de todas as demais regiões do mundo devido ao fato de o país ser um dos poucos que apresentará crescimento. "As companhias querem fazer negócios aqui porque é onde existe oportunidades. Elas não conseguirão fechar contratos em outras países porque as empresas estão reduzindo os orçamentos de TI por causa da crise", diz analista.
Dentre as tecnologias que deverão registrar maior impulso no país neste ano está a de business intelligence (BI), que deve ter avanço de cerca de 12%, enquanto que no mundo deve crescer 8% – no ano passado, esse segmento faturou US$ 6 bilhões.
De acordo com Feinberg, a área de BI, por sinal, é a que absorverá o maior volume de investimentos em software nos próximos anos na América Latina. Em segundo lugar, segundo ele, virão os softwares de gestão (ERP, SCM,CRM), seguidos pelas tecnologias de virtualização de servidores e armazenamento (storage), que estavam em oitavo lugar nas prioridades dos CIOs da região no ano passado.
Entre os destaques negativos, na prioridade de investimento dos CIOs da América Latina, estão as tecnologias de SOA (arquitetura orientada a serviços), que despencou de quarto lugar em 2008, para oitavo neste ano, de colaboração, que caiu de quinto para sétimo lugar. Por fim, vêm as aplicações legadas que caíram de terceiro para quinto.
Feinberg também avalia que a América Latina surge com grande potencial para outsourcing. Ele lembra que seis países da região (Brasil, Argentina, México, Chile, Costa Rica e Panamá) estão entre os 30 principais para serviços de outsourcing.
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